Contrariado com a posição do delegado federal Protógenes Queiroz – que até o momento não apresentou nenhum fato novo na CPI dos Grampos -, o deputado Pompeu de Mattos (PDT-MG), em tom ríspido, disse que o delegado se mostra “acima do bem e do mal”. Para o deputado, não há motivo para o delegado invocar o sigilo judicial para não falar sobre o relatório da Operação Satiagraha, uma vez que o documento já se encontra publicado na internet.
Ao longo do discurso, Mattos fez uma série de questionamento sobre os procedimentos adotados na investigação e na prisão dos investigados na operação. “Quem chamou a TV para filmar as prisões? Ai tem um fato jocoso, só uma canal foi lá. A informação custa dinheiro para um canal, que gera patrocínio e que pode dá lucro. E depois ser repartido” avaliou para em seguida emendar: “Quem liberou as imagens e gravações da Polícia Federal? O senhor não quer falar, mas já está lá [na imprensa] as imagens e vozes”, reclamou.
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O parlamentar também indagou o delegado sobre a participação de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) na Operação Satiagraha. “Isso foi feito pela Polícia Federal ou pelo delegado? Quem pagou os agentes?”
Após a colocação do parlamentar, Protógenes se restringiu a utilizar do mesmo artifício adotado até então, ou seja, recorrer ao sigilo judicial. “Honro-me pelo grande volume, mas por limitação me encontro impedido de dar os esclarecimentos necessários”, afirmou o delegado.
A resposta causou reação imediata de Mattos. “Estou me sentido ludibriado ou o senhor não me levou a sério”. (Erich Decat)