Matéria do repórter Rodrigo Rangel, publicada na edição de IstoÉ que circula a partir de hoje, informa que o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) responderá a sindicância na Corregedoria Geral da Câmara. Ele é acusado de vazar depoimento sigiloso prestado à CPI do Tráfico de Armas, da qual o parlamentar é integrante, exatamente para o principal alvo das denúncias feitas por uma testemunha secreta.
Segundo a testemunha, cujo nome está sob sigilo e é conhecida apenas como Z, Pompeo entregou uma cópia do seu depoimento para o empresário Jair de Souza Rodrigues, um dos homens mais ricos de Uruguaiana (cidade gaúcha que faz fronteira com o Uruguai), suspeito de financiar quadrilha especializada em trazer armas ilegalmente para o Brasil. Jair, como admite Pompeo, "já foi do PDT".
Após o depoimento, Z sofreu atentado ao andar de moto em Uruguaiana. Os tiros atingiram apenas a motocicleta. Depois, foi chamado para conversar no escritório de um advogado e, lá chegando, foi surpreendido com a presença de Jair. Mostrando uma cópia do depoimento, o empresário propôs que Z retirasse as acusações. Em troca, receberia R$ 10 mil. O próprio Jair disse que recebeu o documento de Pompeo, conforme afirmou a testemunha ao Ministério Público e à polícia.
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Durante o encontro entre a testemunha e o empresário, de acordo com o relato de Z, Jair teria telefonado para o deputado. No viva-voz, a testemunha teria ouvido Pompeo manifestar disposição de ajudar o empresário na CPI. Segundo Z, o parlamentar perguntou a Jair: “E o meu presentinho?”. O empresário teria respondido que “estava tudo certo”.
IstoÉ relata que Pompeo, que também é membro da CPI dos Correios, nega ter entregue cópia do depoimento a Jair. “Eu jamais faria uma coisas dessas. Isso é armação”, disse o parlamentar à revista.
Para investigar o caso, a CPI do Tráfico de Armas criou uma subcomissão da qual fizeram parte os deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Laura Carneiro (PFL-RJ) e Luiz Couto (PT-PB). Depois de ouvir Pompeo, os três enviaram o assunto para a Mesa Diretora da Câmara solicitando “providências cabíveis para o fato”. O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) enviou o caso para a Corregedoria, a quem caberá promover a sindicância.
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