As duas regiões mais pobres da capital paulista concentram a maior parte das mortes atribuídas a confrontos entre moradores e policiais militares. É o que revela levantamento feito pelo site Ponte, com base na Lei de Acesso à Informação. Só no primeiro semestre deste ano, 163 pessoas foram mortas por policiais militares na cidade de São Paulo – a grande maioria delas (60%) nas zonas leste e sul, que apresentam os piores indicadores sociais da maior metrópole da América do Sul. O número de mortes nos seis primeiros meses deste ano é mais que o dobro das 65 registradas no mesmo período de 2013.
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De acordo com o mapeamento feito pelo repórter William Cardoso, 56 mortes ocorreram na zona leste e 39 na zona sul – regiões com piores indicadores de renda, escolaridade e mortalidade infantil. A zona norte, com 24 mortos, a oeste, com nove, aparecem na sequência. Não houve morte em confronto com policiais nos bairros do Centro, segundo o levantamento, baseado em dados repassados pela própria polícia.
Veja o mapa da violência policial na capital paulista e a íntegra da reportagem
“Na prática, ocorre aquilo que boa parte da população já vê no dia a dia: quanto mais pobre, maior a chance de um paulistano se deparar com uma ação violenta envolvendo a polícia na vizinhança de casa”, diz a reportagem “Polícia de SP mata sempre nos mesmos lugares, nos mais pobres”.
Principal palco das mortes em confrontos policiais, a zona leste concentra 35,5% dos moradores de São Paulo. Além da violência, a região sofre com outros indicadores sociais negativos. Quatro em cada dez de seus moradores têm apenas o ensino fundamental incompleto, segundo a Ponte. Quase oito de cada dez habitantes ganham, no máximo, dois salários mínimos. A taxa de mortalidade infantil na região é 73,24% maior do que na zona oeste, a mais rica da capital paulista (leia a reportagem).
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