A Polícia Federal indiciou 33 pessoas por envolvimento no cartel metroviário que desviou dinheiro público em São Paulo entre 1998 e 2008. Na conclusão do inquérito, protocolado à Justiça Federal na última segunda-feira (1º), definiu-se os crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de cartel e crime licitatório. Foram bloqueados até agora R$ 60 milhões detectados nas contas bancárias dos suspeitos.
As informações constam de reportagem publicada nesta quinta-feira (5) pelo jornal O Estado de S. Paulo. Entre os indiciados, informa o jornal, estão servidores públicos, doleiros, empresários, executivos de multinacionais do setor de transportes. Eles agiram, segundo o inquérito da PF, em acordos para o fechamento de contratos com o Metrô de São Paulo e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Segundo a PF, além da sociedade, as estatais foram “vítimas” das negociatas, que foram denunciadas pela multinacional suíça Siemens. Mesmo assim, o relatório final da PF inclui o dirigente da CPTM entre 1999 e 2003 João Roberto Zaniboni. Além dele, o consultor Arthur Teixeira foi indiciado. Ele foi apontado como lobista e pagador de propinas.
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Além de agentes privados, políticos chegaram a ser investigados devido aos cargos eletivos que ocupavam em São Paulo no período englobado no inquérito. Entre eles o ex-governador e senador recém-eleito José Serra (PSDB), que ocupa cargos eletivos por São Paulo desde 1987 (deputado, prefeito, governador e senador). Ele foi intimado para depor como investigado, e não como indiciado, e prestou depoimento à PF, mas os investigadores não identificaram ligação com o cartel, nem com crimes transnacionais.