O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse hoje (24) que a intenção do senador José Sarney (PMDB-AP) de deixar a disputa política e não concorrer à reeleição não é novidade. “Ele vem dizendo há tempos que está cansado. Ora ele anima ora desanima. A família quer que ele dê um tempo. Ele também tem um problema de saúde, de arritmia. Havia uma conversa de que, se ele saísse, entraria [o ex-senador] Gilvam Borges [presidente do PMDB no Amapá], mas ele não comunicou nada ao partido nem ao Renan [Calheiros, presidente do Senado] nem a mim”, disse.
Segundo Eunício Oliveira, além da pressão da família, da saúde frágil da mulher, Marly, outros fatores podem influenciar a questão: a idade, 84 anos, e o novo formato das alianças regionais, definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Quando o STF quebrou a verticalização [das alianças partidárias nos estados] não foi uma coisa boa para a política brasileira. Meu partido tem uma aliança com a Dilma, mas nos estados pode fechar aliança com o DEM e o PSDB, que são partidos de oposição. Essa decisão é muito ruim.”
Ontem (23) a assessoria de Sarney no Amapá divulgou nota sobre a desistência do senador de tentar a reeleição. Segundo o texto, Sarney quer parar um pouco com esse ritmo de vida pública que consumiu quase 60 anos da vida dele, afastando-o do convívio familiar. O parlamentar está no último ano de mandato no Senado.
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O senador passou por diversos problemas de saúde nos últimos anos. Em abril de 2012, ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e passou por um cateterismo. Em julho do ano passado, o parlamentar voltou a ser internado, no UDI Hospital, em São Luís, no Maranhão, depois de passar mal no casamento de uma das netas, sentindo calafrios e febre.
Apesar da nota publicada pela assessoria no Amapá e de amigos e assessores próximos ao senador confirmarem a intenção dele de não disputar mais eleições, o gabinete de Sarney em Brasília não confirma a informação. Diz apenas que o parlamentar confirmou presença na convenção do PMDB no Amapá marcada para sexta-feira (27), quando deve se posicionar oficialmente sobre o assunto. Até lá, nomes importantes do PMDB vão tentar convencê-lo a continuar na disputa eleitoral. “ Vou dar corda para ele ir para a luta”, disse Eunício Oliveira.
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