O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirmou na tarde desta quarta-feira (30) que o seu partido vai presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que vai investigar as denúncias de irregularidades na Petrobras. Mas o líder do PMDB não divulgou ainda o nome do senador que vai presidir os trabalhos da CPI.
Com essa escolha, a relatoria coube ao PT. O líder do partido, senador Humberto Costa, disse que “a maior probabilidade” é que o relator seja o senador José Pimentel (PT-CE).
Mais cedo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a criação de uma CPI mista dependeria de acordo entre os líderes. Ele fez as declarações em meio a notícias de que teria cedido a pressões e decidido instalar a uma comissão com deputados e senadores para investigar a Petrobras, exatamente como quer a oposição. “Não cabe ao presidente decidir quem vai investigar” explicou Renan aos jornalistas, no início desta tarde.
A confusão se instalou depois que Renan anunciou ontem (29) que vai reunir os líderes das duas Casas na próxima terça-feira (6) e pedir que, a exemplo do que foi feito no Senado, que eles indiquem membros para compor a comissão mista.
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Enquanto o cenário em torno da comissão continua indefinido, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), diz que o partido vai desistir das indicações de nomes para a CPI só naquela Casa e indicar membros apenas para a comissão mista. “Desisti em razão da decisão do presidente Renan de pedir a indicação da CPI mista, nossa prioridade é a indicação da CPI mista porque ela tem mais força política”.
Já os governistas insistem em uma comissão só do Senado e não pretendem indicar nomes para um colegiado misto. “Quem quer fazer CPI mista não quer apurar nada, quer montar um palco para uma disputa eleitoral exatamente como nós vimos na CPI do Cachoeira”, disse o líder do PT, senador Humberto Costa (PE).
Mista ou não, uma Comissão Parlamentar de Inquérito só pode ser instalada caso os líderes indiquem nomes. “Quando os líderes não indicam o regimento diz que cabe ao presidente (do Congresso) fazer as indicações e eu vou fazer isso porque acatei o princípio constitucional contido na liminar”, garantiu Renan.
O presidente do Senado também esclareceu que para “manter a coerência” vai entrar com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar a liminar da ministra Rosa Weber e ampliar o escopo de investigações da CPI da Petrobras com apurações sobre irregularidades no metrô de São Paulo e no Porto de Suape, em Pernambuco.
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