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Senadores pretendem enquadrar Renan, que tem se rebelado contra o governo de Temer
Em um jantar marcado para a noite desta terça-feira (9) na casa da senadora Marta Suplicy (SP), em Brasília, os senadores do PMDB vão desautorizá-lo a falar em nome da bancada ao se referir às reformas trabalhista e da Previdência, alvo constante das críticas do peemedebista. Com 22 senadores, o PMDB vive uma guerra interna. Se não aceitar a enquadrada, Renan poderá ser destituído da liderança pelos colegas. Eles exigem que ele só encaminhe votações em plenário e nas comissões quando se seguir as orientações da legenda, nunca de acordo com suas posições pessoais. Essa foi a solução encontrada pelo presidente Michel Temer, que também é presidente de honra do PMDB, para tentar neutralizar Renan, que se declara contra a reformas trabalhista, já aprovada na Câmara e em discussão no Senado, a e previdenciária, em votação pelos deputados na comissão especial. Ainda no jantar, Renan será informado de que será contestado publicamente pelos colegas toda vez que se manifestar contra os projetos de Temer. Renan carrega consigo o apoio certo de colegas como Roberto Requião (PR), Jader Barbalho (PA), Hélio José (DF) e Eduardo Braga (AM) para atuar como líder independente do Planalto em questões que o governo considera fundamentais para o ajuste fiscal. Essa ala, porém, é minoritária. Na semana passada, Braga tentou apresentar um abaixo-assinado em apoio ao ex-presidente do Senado. O senador alagoano decidiu mirar nas reformas para tentar evitar uma dupla derrota eleitoral em 2018, quando ele e o governador Renan Filho (PMDB), seu herdeiro político, tentarão a reeleição. Renan já chamou a gestão Temer de governo da vingança, comparou o governo à seleção de futebol treinada pelo técnico Dunga e anunciou voto contra os dois projetos. Mas nos últimos dias deu sinal de arrefecimento no ímpeto oposicionista. Como líder, Renan tem algumas atribuições que só o cargo dá. Entre elas a indicação de membros de comissões, inclusive as que cuidam de medidas provisórias e propostas de emendas constitucionais. Se ele não indicar um membro da bancada para uma comissão que trata de temas de interesse do Planalto, o tema pode sofrer atrasos nas discussões. Renan tem armas para atrapalhar o governo. Mas o jantar de confraternização desta terça-feira parece ser uma festa antecipada de uma crise não resolvida.
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