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Entre os 19 peemedebistas com assento na Casa, nove são investigados por algum tipo de crime. Na mesma situação se encontram quatro dos 13 petistas. Em seguida, aparecem o PP e o PSDB, com quatro parlamentares cada. Na bancada do Partido Progressista, apenas Ana Amélia (RS) e Wilder Morais (GO) não respondem a inquérito ou ação penal. Há 11 tucanos no Senado.
As suspeitas vão de crimes de corrupção, contra a Lei de Licitações e eleitorais até delitos de menor gravidade, como os chamados crimes de opinião.
Lava Jato
Ao todo, 14 senadores são investigados na Operação Lava Jato – do líder do PT, Humberto Costa (PE), ao presidente do oposicionista DEM, José Agripino Maia (RN). Entre eles, apenas Fernando Collor (PTB-AL) foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro. Já Delcídio virou alvo de denúncia por tentar obstruir a Justiça. O ex-presidente é alvo de outros três inquéritos. Relator da Lava Jato no Supremo, o ministro Teori Zavascki ainda não marcou data para examinar a denúncia.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também responde na Lava Jato a cinco inquéritos por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva.
O senador ainda é alvo do Inquérito 2593, que apura denúncia que o levou a renunciar à Presidência do Senado, em 2007. Desde janeiro de 2013, há um parecer da Procuradoria-Geral da República oferecendo denúncia contra o parlamentar no caso. Dois anos e meio depois, o pedido não foi analisado. Renan é acusado de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.
Quatro anos de prisão
Entre os senadores sob investigação, um está condenado a quatro anos e oito meses de prisão, em regime semiaberto, desde agosto de 2013. Ivo Cassol (PP-RO) até participou da votação que manteve Delcídio preso na semana passada. Cassol se agarra a recursos para não ter o mesmo destino que seu colega de estado, o ex-deputado Natan Donadon (RO), que saiu da Câmara diretamente para o Complexo Penitenciário da Papuda.
Os ministros consideraram Cassol culpado da acusação de ter direcionado licitações a empresas de conhecidos entre 1998 e 2002, quando era prefeito de Rolim de Moura (RO). O Supremo já negou recurso do senador, que insiste na expectativa de reduzir a pena. Sua última apelação estava na pauta do STF no início deste mês, mas foi retirada pelos ministros de última hora.
O ex-governador de Rondônia é o senador com mais pendências criminais no Supremo. Além da condenação, o senador acumula outros nove processos. Ele enfrenta duas ações penais, por calúnia e crime eleitoral, e outros sete inquéritos por peculato, improbidade administrativa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, crimes contra o meio ambiente, contra o sistema financeiro e contra a Lei de Licitações. “Responderei apenas na Justiça o que devo a ela”, disse o ex-governador ao ser procurado pela reportagem.
Os dados do levantamento foram atualizados no último dia 19 de novembro na página do Supremo.
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