Deputados do PMDB criticaram, na tarde de hoje (11), a proposta de reforma tributária que o governo enviou ao Congresso. Durante reunião da bancada peemedebista da Câmara com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, eles destacaram a dificuldade da matéria e não pouparam críticas à reforma, por entenderem que ela não acaba com a guerra fiscal entre os estados.
Segundo o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), o governo comete equívocos até na escolha dos parlamentares para relatar a proposta. “Não basta boa intenção, é preciso estratégia”, disse ele.
O deputado condenou a escolha de Leonardo Picciani (PMDB-RJ) para relatar a reforma na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), porque, segundo Serraglio, o colega é a favor da guerra fiscal.
Rita Camata (PMDB-ES) destacou que, na disputa entre os estados, “ninguém quer perder”. Ela disse que a guerra fiscal é uma questão complexa e não está resolvida com a proposta.
O presidente da CCJ, o peemedebista Eduardo Cunha (RJ), defendeu a escolha de Picciani para relatar a reforma tributária. Afirmou que a CCJ não analisa o conteúdo das propostas, mas apenas sua admissibilidade. Cunha disse que Picciani, seu antecessor na presidência da comissão, é um nome “preparado” para esta função.
Bandeira da reforma
Antes de a reunião terminar, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ressaltou que sua bancada "vai pegar a bandeira" da reforma tributária. Henrique chegou a questionar o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), se a reforma seria votada ainda neste ano. "Se o PMDB se empenhar, é garantido", brincou o petista, antes de se ausentar do encontro para outro compromisso.
No encontro com os deputados peemedebistas, Mantega também pediu aos parlamentares que explicassem à população os benefícios das mudanças no sistema de tributação do país. De acordo com o ministro, uma vez aprovada a matéria, "o empregador poderá contratar mais trabalhadores formalizados" e "haverá redução de impostos".
No decorrer do primeiro semestre, Mantega ainda terá outras reuniões com várias bancadas. O objetivo é dialogar com os parlamentares para que a reforma tributária seja aprovada. (Rodolfo Torres)
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