[fotografo]Roberto Stuckert Filho/PR[/fotografo]
Dilma mostra termo de posse de Lula como ministro-chefe da Casa Civil
Na semana que passou a crise política atingiu a temperatura máxima, milhões de pessoas pró e contra governo saíram às ruas e o processo de impeachment começou a tramitar na Câmara depois de quase três meses de estagnação. Agora, parece que o discurso do governo da presidente Dilma Rousseff é o de que não existe outra saída a não ser partir para a guerra. Em matéria divulgada pela Folha na manhã deste domingo (20), nas palavras de um assessor presidencial, “agora, é matar ou morrer”.
Depois da instalação da comissão especial do impeachment na Câmara, realizada na última quinta-feira (18), conselheiros da governista avaliaram ser necessário o “estado de alerta permanente” para traçar ações e garantir os 171 votos necessários para barrar a abertura do processo de afastamento da petista. A Casa do Legislativo já começou a realizar ações destinadas a acelerar o rito. Depois de mais de um ano sem sessões em plenário, na última sexta-feira (19), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiu atingir quórum. Agora, a presidente da República tem o prazo de nove sessões para, então, apresentar sua defesa sobre as denúncias acolhidas no processo.
A ideia é “matar” o processo de impeachment o mais rápido possível, caso contrário o governo “morrerá” num prazo máximo de 60 dias e de forma melancólica, avalia publicação da Folha. A matéria pontua que o problema, de acordo com um assessor presidencial, é que o governo chega ao campo de batalha fragilizado e com seu principal general, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda sem definição de quando e em que situação assumirá a Casa Civil para comandar o exército da presidente para evitar seu impedimento.
Na avaliação do Planalto, a semana que passou foi uma das piores para o governo: começou com a homologação da delação de Delcídio, passou pela divulgação de áudio de conversa de Dilma com seu antecessor vista pela PF como tentativa de obstrução judicial e terminou com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes suspendendo a posse de Lula e mantendo a investigação com o juiz Sergio Moro.
Ainda de acordo com a matéria, Dilma teria conversado com o ex-presidente Lula sobre a preocupação com o impeachment na noite da última terça-feira (15), quando ele teria afirmado não pretender entrar no governo. Em apelo, a presidente da República disse a seu antecessor que “ou lutavam lado a lado ou era o fim do projeto do partido”. Outra preocupação do governo é segurar parlamentares do PMDB na base aliada. Isso virou “questão de sobrevivência”, e a guerra instalada exige rapidez, com enfrentamento às turbulências diárias, sem dar espaço para que o governo possa traçar com tranquilidade estratégias de reação, diz a Folha.
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Leia a íntegra da matéria publicada pela Folha de S.Paulo
Na semana em que a crise política atingiu a temperatura máxima e o processo de impeachment começou a tramitar na Câmara, o discurso do governo Dilma é o de que não há outra saída a não ser partir para a guerra. Nas palavras de um assessor presidencial, “agora, é matar ou morrer”.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/03/1752004-em-clima-de-matar-ou-morrer-dilma-tenta-barrar-impeachment-e-recompor-base-social.shtmlUma base, porém, que precisa ser bem tratada, destaca um ministro. Foi por isso que Dilma decidiu ceder de vez aos apelos de Lula e engavetou a reforma da Previdência Social. O ponto positivo, que será explorado daqui para a frente, foram as manifestações pró-Dilma e Lula na sexta-feira (18), em todo o país, mostrando que o governo ainda conta com uma base social disposta a defendê-lo. Na avaliação do Planalto, a semana que passou foi uma das piores para o governo: começou com a homologação da delação de Delcídio, passou pela divulgação de áudio de conversa de Dilma com seu antecessor vista pela PF como tentativa de obstrução judicial e terminou com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes suspendendo a posse de Lula e mantendo a investigação com o juiz Sergio Moro. O ex-petista, na visão do governo, decidiu “destruir” Lula, o PT e Dilma Rousseff como vingança por não ter sido defendido quando foi preso na Operação Lava Jato. Outro auxiliar disse que o maior problema do governo é que o “imponderável” ronda o Planalto na forma de delações premiadas que ainda estão em curso ou estão sendo negociadas, como a do senador Delcídio do Amaral. IMPONDERÁVEL O temor do Palácio do Planalto é de que a guerra aberta exige rapidez e, nesta fase, as turbulências têm sido diárias, não dando espaço ao governo para traçar com tranquilidade uma estratégia de reação. A ideia, sugerida por Lula, é “tirar da paralisia” o Minha Casa, Minha Vida e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e criar iniciativas nas áreas de cultura e direitos humanos que atraiam setores da sociedade que, antes simpáticos ao governo, começaram a migrar para a oposição. Em outra frente, o Planalto tentará abrir nesta semana canal de diálogo com setores da oposição e criar bandeiras que ajudem a aglutinar novamente a base social do partido em torno da presidente. A ordem dentro do governo é fazer tudo o que for preciso para evitar uma debandada na base governista. Segurar um “pedaço” do PMDB virou questão de sobrevivência. Sem um naco da sigla, a aprovação da abertura do processo de impeachment é vista como certa. PEDAÇO A preocupação da petista com o impeachment foi manifestada ao seu antecessor na noite de terça (15). Ao receber resposta de Lula de que não pretendia entrar no governo, a petista fez um apelo e disse a seu antecessor que ou lutavam lado a lado ou era o fim do projeto do partido. O problema, de acordo com um assessor presidencial, é que o governo chega ao campo de batalha fragilizado e com seu principal general, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda sem definição de quando e em que situação assumirá a Casa Civil para comandar o exército da presidente para evitar seu impedimento. A ideia é “matar” o processo de impeachment o mais rápido possível, caso contrário o governo “morrerá” num prazo máximo de 60 dias e de forma melancólica. Segundo conselheiros da petista, a partir deste fim de semana o Palácio do Planalto entra em estado de alerta permanente para traçar ações que garantam os 171 votos necessários para barrar a abertura do processo de afastamento da petista.