Após o desencadeamento da Operação Politeia, primeiro desdobramento da Lava Jato no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto já espera retaliações tanto por parte do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quanto do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) segundo informa o jornal O Globo, desta quinta-feira (16).
Na terça-feira, a PF cumpriu 53 mandados de busca e apreensão e apreendeu bens e documentos nas casas de senadores e deputados. Renan, por exemplo, classificou a medida como algo que “beira a intimidação” e depois procurou o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, para obter mais explicações sobre a atuação da PF.
Tanto Renan, quanto Cunha, reclamam de interferências do Palácio do Planalto nas investigações da Lava Jato e de “vazamentos seletivos” de informações. Por isso, ambos já preparam uma série de votações desfavoráveis ao governo como forma de retaliação. “O vazamento de informações de que Renan e Eduardo Cunha serão denunciados na semana que vem é uma tentativa de constrangê-los, mas é o tipo de coisa feita sem nenhuma inteligência, porque só deixa os dois ainda mais ouriçados”, disse um integrante do governo ao jornal O Globo.
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O governo fechará o primeiro semestre sem aprovar a medida que aumenta os impostos sobre a folha de pagamento das empresas. “Os apelos de Dilma e do ministro Joaquim Levy (Fazenda) não surtiram efeito e o projeto, assim como a unificação das alíquotas do ICMS ficaram para agosto e serão votados em um clima ainda mais conflagrado, já que após o recesso o TCU julgará as contas do governo Dilma”, informa o jornal.
Além disso, o presidente da Câmara já informou que pretende desengavetar investigações que poderão constranger o Planalto. Entre elas, uma sobre denúncias de irregularidade no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outra relacionada à fundos de pensões. Outra medida de retaliação é a derrubada de vetos presidenciais, como os relacionados ao reajuste de até 78% a servidores do judiciário e o sobre reajustes de aposentadorias com base no salário mínimo. Estas duas medidas, aprovadas na Câmara e Senado, são dadas como vetos certos da presidente Dilma Rousseff.
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