O conselho político do governo se reuniu hoje (3) no Palácio do Planalto para discutir a crise diplomática entre Colômbia, Equador e Venezuela. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participou do encontro.
Amorim, que geralmente não participa das reuniões do conselho político do governo, dará uma entrevista coletiva nesta tarde, em horário ainda não divulgado. A expectativa é de que o governo brasileiro ajude a mediar o impasse diplomático.
O conflito entre os países sul-americanos começou no último sábado, após uma operação militar na fronteira entre a Colômbia e o Equador, que resultou na morte do porta-voz e número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes. O guerrilheiro foi morto pelo exército colombiano em território do Equador.
A invasão provocou atrito entre os presidentes Álvaro Uribe (Colômbia) e Rafael Correa (Equador), além do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O líder venezuelano criticou Uribe e determinou o enviou de tropas para a fronteira com a Colômbia, além do fechamento da embaixada venezuelana em Bogotá.
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Ontem, Correa também anunciou a expulsão do embaixador da Colômbia, Carlos Holguín. “O Equador foi agredido por parte de um governo estrangeiro, situação extremamente grave e intolerável”, disse. “Essa é a mais grave agressão que o governo do presidente Uribe ocasionou ao Equador. Não permitiremos que isso fique impune”, destacou.
O chanceler colombiano Fernando Araújo pediu desculpas pela invasão, e destacou que o governo de seu país classificou a operação como uma “ação em que se viu obrigado a se adiantar na zona de fronteira”. Segundo ele, o governo Uribe não teve a intenção de violar a soberania da "irmã República do Equador".
Congresso
A crise diplomática entre os países vizinhos provocou reações no Congresso brasileiro. O presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), reconheceu a necessidade de uma mediação do conflito e lembrou o papel de liderança que o Brasil desempenha na América do Sul.
Segundo Chinaglia, a mediação de conflitos, como a que ocorre no impasse territorial entre Argentina e Chile, é uma “atitude cautelosa e que tende a ser eficaz”.
Contudo, os parlamentares defendem a neutralidade do Brasil no impasse. Para o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), a tradição da política externa brasileira é “multipolar”, o que significa que a solução de confrontos deve se dar de modo pacífico. (Rodolfo Torres)
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