O assessor especial da Presidência da República Rogério Aurélio Pimentel trabalhava junto com o ex-assessor Freud Godoy, exonerado em 18 de setembro, na secretaria particular do gabinete pessoal do presidente Lula, em São Paulo. Os dois foram admitidos no mesmo dia, em 12 de março de 2003 – três meses depois da posse do petista.
No cargo, comissionado, Pimentel é responsável por receber e responder as correspondências do presidente. Pela tarefa, recebe R$ 4.850, mais uma ajuda de custo de R$ 1.800, assim como Godoy, que deixou o posto depois de acusado de participação na tentativa de compra de um dossiê contra candidatos do PSDB.
Na última quarta-feira (18), os dois reuniram-se por mais de três horas na casa de Pimentel, mas até agora não se sabe o conteúdo da conversa. O advogado de Freud, Augusto Botelho, disse que tudo não passou de um encontro entre amigos. Ele informou também que o ex-assessor foi buscar uma planta que ocupava muito espaço no apartamento do colega.
A CPI dos Sanguessugas decidiu convocar Freud e Pimentel para prestar depoimento. A expectativa é levantar informações que possam levar à origem dos R$ 1,7 milhão que seriam usados para comprar o dossiê.
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O ex-advogado Gedimar Passos, preso com o dinheiro em um hotel na capital paulista, contou à Polícia Federal que o recurso teria sido repassado por um tal de “Freud ou Froud”. Na semana passada, porém, o advogado voltou atrás na versão e disse que só envolveu o nome do ex-assessor para ser liberado pelos agentes. (Diego Moraes)