O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) vai usar a presença da ex-presidente Dilma Rousseff em sua chapa como futura candidata a senadora para nacionalizar o debate e colocar a culpa nos tucanos pelos desacertos da gestão Michel Temer (MDB), entre eles a paralisação dos caminhoneiros. A tática também tem o objetivo de tentar deixar em segundo plano os graves problemas administrativos do atual governo estadual.
Não foi à toa que Pimentel foi o primeiro governador a decretar ponto facultativo na sexta (25) e na segunda-feira (28) em função da falta de transporte público. O ato, por si só, expõe a crise nacional, acentuando a impopularidade do atual presidente, o risco de desabastecimento e de colapso no transporte público.
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Diante dessa estratégia, o petista considera que fez negócio melhor ao manter Dilma na chapa, ainda que, para isso, tenha perdido o apoio do MDB que, até aqui, viabilizou seu governo. Em resposta, os emedebistas desengavetaram pedido de impeachment contra ele.
“Ela será a salvação do Pimentel”, vaticinou um aliado, referindo-se aos temas que estão na ordem do dia do cidadão, desde a crise de abastecimento até a privatização de empresas públicas.
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De acordo com a narrativa petista, a presença da ex-presidente puxará o debate para o nível federal da crise e confrontará o senador Antonio Anastasia (PSDB), pré-candidato do PSDB, que foi o relator do impeachment no Senado. Como mostrou o Congresso em Foco nessa segunda-feira, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) deverá ficar fora da disputa eleitoral este ano por falta de apoio interno e para não contaminar a campanha de Anastasia e Geraldo Alckmin.
Assuntos como a reforma da Previdência, que apavora a maioria dos brasileiros, também serão provocados na campanha eleitoral para desespero dos atuais deputados federais que se posicionaram a favor da proposta. Ao tentar tirar o foco de seus problemas estaduais, os petistas insistirão em apontar que Dilma foi vítima do “Brasil antigo”.
Antes de consumar a mudança de endereço da capital gaúcha para a mineira, Dilma escolheu a coordenadora de sua campanha eleitoral ao Senado por Minas. Será sua ex-ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, a professora universitária Eleonora Menicucci, mineira de Lavras. Eleonora foi torturada durante a ditadura militar, quando ficou presa na mesma cela que a ex-presidente no Presídio Tiradentes, em São Paulo.
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