A economia brasileira registrou uma expansão de 0,5% no segundo trimestre, de acordo com dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o pior desempenho desde o terceiro trimestre de 2005, quando houve recuo de 1,2%.
Segundo analistas, o resultado fraco, puxado pela indústria, põe em risco a meta mais modesta já divulgada por integrantes do governo Lula para a expansão econômica deste ano, de 4%. Na média, analistas de mercado esperam um crescimento de apenas 3,5% em 2006.
O PIB cresceu 1,2% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2006, a expansão acumulada é de 2,2% e, nos últimos 12 meses, de 1,7%. Dentre os setores que compõem o PIB, a agropecuária obteve o melhor desempenho (0,8%) no segundo trimestre de 2006, na comparação com o primeiro trimestre. Em seguida, vieram os serviços (0,6%).
A indústria teve o pior desempenho entre os setores, com queda de 0,3% no período abril-junho em relação ao primeiro trimestre. Já o consumo do governo apresentou crescimento de 0,8% no segundo trimestre e o consumo das famílias, de 1,2%. De acordo com o IBGE, a formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos produtivos do país, caiu 2,2% sobre os três primeiros meses.
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Ministro nega viés eleitoreiro no Bolsa Família
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, disse nessa quinta-feira que o governo tem aumentado as verbas para o Bolsa Família gradualmente desde 2003. Ele negou que a elevação em 60% no repasse de recursos para o programa que mais rende votos para o presidente Lula seja uma estratégia eleitoreira.
"Assegurar às pessoas pobres o direito de comer jamais será eleitoreiro. Isso é uma obrigação do governo", rebateu o ministro, em Brasília. Levantamento divulgado pelo jornal O Globo aponta que a destinação de verbas para o Bolsa Família passou de R$ 598 milhões em junho para R$ 952 milhões no mês seguinte.
O aumento ocorreu porque o governo antecipou o pagamento das famílias que recebem o benefício nos cinco primeiros dias de agosto. A medida beneficiou 40% das pessoas atendidas pelo programa. Normalmente, os depósitos são feitos em duas partes: um grupo recebe nos últimos cinco dias do mês e o outro, nos cinco primeiros do mês seguinte.