Mário Coelho
A Procuradoria Geral da República (PGR) vai esperar a defesa do governador preso e cassado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para definir a transferência dele da Superintendência da Polícia Federal para o Complexo Penitenciário da Papuda. “Vamos aguardar o recurso que deve ser protocolado no TSE. Não há pressa”, disse o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de acordo com a Agência Brasil. Para ele, a Superintendência da PF oferece condições “adequadas e dignas” a Arruda.
Segundo Gurgel, há um entendimento de que, uma vez comunicada a Câmara Legislativa, a cassação do mandato será efetivada. Ainda assim, o Ministério Público vai aguardar eventual manifestação do TSE. O procurador-geral acrescentou que deverá defender a manutenção da prisão preventiva no parecer sobre o pedido de revogação protocolado pela defesa de Arruda no Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com ele, o Ministério Público quer acelerar as investigações, mas ainda há provas a serem colhidas sobre o esquema de arrecadação e distribuição de propina no DF.
“A Procuradoria-Geral da República está correndo ao máximo para concluir as investigações para que seja a primeira a requerer a soltura do governador. Mas, por enquanto, há provas a serem colhidas”, afirmou. Arruda está preso desde 11 de fevereiro por determinação do STJ. Ele e outras cinco pessoas são acusadas de tentar subornar o jornalista Edmílson Edson dos Santos, o Sombra, uma das testemunhas do inquérito 650DF e principal articulador da ida do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, delator do mensalão do Arruda, para depor no Ministério Público.
Ontem, os integrantes do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) decretaram a perda do mandato de Arruda por infidelidade partidária. A maioria da corte seguiu o voto do desembargador Mário Machado, que entendeu que não houve justa causa para Arruda sair do DEM. Ameaçado por um processo no Conselho de Ética do partido, ele preferiu se desfiliar a ser expulso da legenda e enfrentar um desgaste maior ainda. De acordo com o TRE, a Câmara deve ser notificada amanhã da decisão, após publicação do acórdão.
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