Jornal O Globo faz reportagem sobre pedido de abertura de inquérito para investigar o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE). A Procuradoria Geral da República (PGR) deu entrada no pedido nesta quinta-feira (12) no Supremo Tribunal Federal (STF). Caberá agora ao relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, autorizar o início das investigações, que podem incluir quebras de sigilo (bancário, fiscal e telefônico), busca de documentos e interceptações telefônicas, por exemplo. Na semana passada, a PGR já havia solicitado ao STF investigações contra outros 47 políticos e dois operadores do esquema.
O pedido baseia-se na delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Em depoimento dado em agosto do ano passado, Costa relatou que, em 2010, Bezerra Coelho pediu R$ 20 milhões para a campanha de Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, à reeleição ao governo de Pernambuco.Na época, Bezerra Coelho era secretário de Desenvolvimento do Estado.
Segundo Paulo Roberto Costa, o pedido foi feito por Bezerra ao doleiro Alberto Youssef, que segundo as investigações, era responsável por lavar dinheiro dos desvios em contratos da Petrobras. Os recursos viriam de consórcio entre empreiteiras chamado Ipojuca Interligações, formado por Iesa e Queiroz Galvão para as obras da Refinaria Abreu e Lima.
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Paulo Roberto disse que o próprio Youssef confirmou que o dinheiro foi entregue para a campanha no início daquele ano. Segundo o ex-diretor, o recurso era parte do montante destinado ao PP, equivalente a 1% do valor dos contratos firmados por sua diretoria na estatal.
Em nota, a assessoria de imprensa de Fernando Bezerra afirmou que ele recebeu a notícia com “perplexidade”, destacando que o pedido foi feito “tardiamente” pela PGR. Acrescenta que ele está “tranquilo e preparado para responder a todos os questionamentos” sobre o caso, que irá colaborar com a Justiça e que está confiante de que vai provar sua inocência.
“O senador reafirma que em 2010 não ocupou nenhuma coordenação na campanha à reeleição do ex-governador Eduardo Campos. Não conhece nem teve contato com o sr. Alberto Youssef, como confirma o próprio depoimento do doleiro”, diz o comunicado.
O senador admite contatos com Paulo Roberto, mas diz que eles foram “estritamente institucionais, próprios do cargo que ocupava no estado de Pernambuco”. “A generalidade da referência ao nome do Senador Fernando Bezerra Coelho não converge para uma circunstância mínima capaz de justificar a abertura de investigação”, diz a nota.
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