Mário Coelho
A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu nesta quarta-feira (4) o acolhimento da denúncia contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) no caso do mensalão mineiro. O julgamento do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) foi interrompido por volta das 12h para o almoço. O relator, ministro Joaquim Barbosa, deve retomar a leitura do seu voto em instantes.
O parlamentar e outros investigados são acusados pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, supostamente praticados no mensalão mineiro, que segundo o MPF, desviou cerca de R$ 3 milhões e R$ 500 mil dos cofres públicos de Minas Gerais, durante a campanha eleitoral de 1998 ao governo do estado. Azeredo, que na ocasião tentava a reeleição, acabou derrotado por Itamar Franco.
Em sua exposição, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, considerou o mensalão mineiro “um intrincado esquema de desvio de recursos públicos para financiamento da campanha eleitoral de reeleição” de Eduardo Azeredo, então governador de Minas Gerais, sob a falsa justificativa de patrocínio dos eventos esportivos Enduro Internacional da Independência, Iron Biker e Campeonato Mundial de Motocross.
Entre os envolvidos no suposto esquema, segundo a investigação da PGR, estão o então candidato a vice-governador Clésio Andrade, o empresário Marcos Valério, integrantes do governo de Minas Gerais, a agência de propaganda SMP&B, o Banco Rural, o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), a Águas Minerais de Minas S/A (Copasa) e a Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig), entre outros.
Responsabilidade
A defesa de Azeredo afirmou na tribuna que a denúncia feita pelo MPF não conseguiu comprovar qual seria a responsabilidade do senador nas irregularidades apontadas na campanha para o governo de Minas Gerais em 1998. Para o advogado José Gerardo Grossi, “a denúncia é repleta de condicionais e de formas adverbiais que denotam muito mais incertezas do que certezas”.
Ao fazer um histórico da atuação do senador Eduardo Azeredo na política de Minas Gerais, o advogado afirmou que o então candidato constituiu um comitê de campanha eleitoral tendo nomeado para administrá-lo o assessor Cláudio Mourão.
Segundo a defesa, Mourão tinha total liberdade para atuar no lado financeiro da campanha. O advogado acusou o assessor de ter faltado com a “lealdade para com o senador”. “Essa é a conduta do responsável pela organização financeira do então governador Eduardo Azeredo e, lamentavelmente, essa não é a primeira e nem será a última vez que ocorre com a humanidade”, afirmou.
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