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No início da sua sustentação oral, Gurgel disse que a quadrilha do mensalão se dividiu em três núcleos: o político, o operacional e o financeiro. O esquema teria começado logo depois do primeiro turno das eleições de 2002, quando Lula passou para o segundo turno contra o candidato do PSDB, José Serra. Na oportunidade, o então deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) foi o responsável por apresentar o publicitário mineiro Marcos Valério à cúpula do partido.
Citando trechos de depoimentos de Valério ao MPF, Gurgel disse que Dirceu era o presidente de fato do PT (formalmente, na ocasião, o presidente do PT era o ex-deputado José Genoino, também réu na Ação Penal 470). “Nada, absolutamente nada, acontecia sem a aprovação prévia de José Dirceu”, disse o PGR. De acordo com ele, o petista, que seria o primeiro ministro da Casa Civil de Lula, sabia de todas as transações feitas por Valério com os bancos Rural e BMG. De acordo com Gurgel, Marcos Valério disse que tudo que era fechado na sede do PT tinha que ser chancelado na Casa Civil.
Neste momento, Gurgel continua sua sustentação oral. Ele criticou o pouco tempo para fazer a acusação aos réus. Disse que, se fosse tratar de todos, teria 8 minutos e 20 segundos para cada. “Por um longo tempo, a capital mineira funciona como uma espécie de capital financeira do PT. Ficam reiteradas com todos os seus termos as alegações finais”, disse. Após encerrar a participação do PGR, acaba a sessão. Na segunda-feira (6), estão previstas para começar as defesas.
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