“O repasse de vantagem pecuniária indevida a Renan Calheiros, Jader Barbalho e Aníbal Gomes, por meio de valores em espécie no Brasil ou transferências para contas bancárias no exterior, pode configurar os crimes de corrupção passiva qualificado e de lavagem”, diz o documento, assinado pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, em novembro do ano passado.
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Renan Calheiros já é alvo de outros inquéritos na Operação Lava Jato, no entanto, este é o primeiro que relaciona o senador a um possível recebimento de vantagem indevida no exterior.
A investigação envolvendo os três peemedebistas é embasada na delação premiada do lobista Fernando Baiano, que contou aos investigadores que a Petrobras vendeu sua participação acionária na empresa argentina Transener mediante o pagamento de propina pelo lobista Jorge Luz. O pagamento foi efetuado para que a estatal brasileira efetuasse a venda a empresários argentinos porque a transação estava acertada com americanos. Em 2007, a Petrobras fechou a venda com a argentina Electroingenería, por US$ 54 milhões.
Em sua delação, Fernando Baiano disse que Jorge Luz comentou que os valores desta negociação seriam destinados a Jader Barbalho e Renan Calheiros. O pagamento foi feito ao “pessoal do PMDB”, segundo Baiano, em função da manutenção de Nestor Cerveró na diretoria da Área Internacional da Petrobras. O delator também afirma que o então ministro argentino Julio de Vido e o ex-ministro Roberto Dromi participaram da operação.
A Polícia Federal agora busca descobrir contas no exterior ligadas a Jorge Luz e seu filho, Bruno Luz, para tentar rastrear a propina dessa operação. Até o momento, os investigadores levantaram os registros de entrada e saída no país dos dois, além de outros personagens envolvidos no esquema, como o próprio Fernando Baiano.
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