As bancadas do PFL e do PSDB no Senado desistiram de boicotar o depoimento do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), previsto para esta tarde. A estratégia da oposição, contudo, é fazer apenas perguntas relacionadas à política econômica do governo e poupá-lo de questões a respeito das acusações de corrupção em Ribeirão Preto, onde o ministro foi prefeito em 2000 e 2001. A idéia é criar a necessidade de um outro depoimento, desta vez na CPI dos Bingos.
“Nossa posição majoritária é comparecer à sessão e discutir assuntos pertinentes à economia. Com isso, não desprestigiaríamos as CPIs que estão fazendo trabalho de investigação”, afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).
Os pefelistas estavam mais irredutíveis do que os tucanos e pretendiam ignorar, de fato, o depoimento de Palocci na CAE, como forma de protesto à resistência da base governista em aprovar a convocação do ministro para depor na CPI dos Bingos. Porém, voltaram atrás ao perceber que a estratégia poderia render imagem negativa para a bancada.
Leia também
“O não comparecimento poderia parecer que nós estivéssemos desconhecendo um gesto voluntário do ministro, quando o recomendável é que ele venha voluntariamente tratar do assunto da convocação (caso Ribeirão Preto)”, afirmou o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN). “O governo não está com o controle da situação. Age por impulsos, surpreende parceiros que têm todo o direito à indignação e à contestação”, completou.
Apesar da decisão do PSDB e do PFL, Palocci não deve escapar das perguntas relacionadas a Ribeirão Preto. Outros partidos da oposição, como o PSOL e PDT, não participaram do acordo entre tucanos e pefelistas e poderão para tratar de quaisquer assuntos que considerarem importantes. Além das acusações de corrupção na prefeitura, outro caso que certamente será tema de perguntas é a suposta remessa de dólares do governo de Cuba para o PT.