A Polícia Federal descobriu a negociação do dossiê que envolveria o ex-ministro José Serra (PSDB) com a máfia das ambulâncias quando investigava a possível atuação da quadrilha dos sanguessugas na Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Segundo o vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), os agentes revelaram ter descoberto a venda do material por meio de interceptações telefônicas. Nas escutas, que levaram à prisão de Gedimar Pereira Passos e Valdebran Padilha da Silva, aparece uma terceira pessoa que seria Freud Godoy, assessor especial da Presidência da República. Ele pediu demissão hoje (18) do cargo, mas negou envolvimento no episódio.
"Existem fitas em que se coloca o nome de uma terceira pessoa, que seria o Freud", disse Jungmann, que esteve na sede da corporação hoje (18), em Brasília, para tentar a liberação de documentos do dossiê. A PF, porém, não confirmou que as gravações levantem suspeitas contra Godoy.
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O parlamentar disse que vai sugerir que uma comitiva da CPI viaje a Cuiabá para acompanhar os depoimentos dos supostos envolvidos na compra do dossiê. Ele afirmou ainda que vai pedir a cópia dos depoimentos e das escutas telefônicas feitas pela polícia.
Na última quinta-feira (14), a PF abordou em Cuiabá (MT) Paulo Roberto Trevisan, tio de Luiz Antonio Vedoin, dono da Planam, quando embarcava rumo à capital paulista com uma fita de vídeo, um DVD, uma agenda e várias fotos de Serra em um evento para a entrega de ambulâncias compradas pelo esquema das sanguessugas.
Roberto contou que se encontraria com Valdebran e Gedimar para vender o material por R$ 1,7 milhão. Em depoimento à polícia, Gedimar afirmou que tentou comprar o dossiê a pedido de uma revista e de uma pessoa chamada "Freud ou Froud", ligada ao PT.
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