O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) foi preso preventivamente pela Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira (17), na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato. Cabral é suspeito de liderar um grupo acusado de desviar cerca de R$ 224 milhões em contratos de diversas empreiteiras. Do total, R$ 30 milhões se referem a obras da Andrade Gutierrez e a Carioca Engenharia. As irregularidades envolvem as obras do Arco Metropolitano e a reforma do Maracanã.
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A prisão foi determinada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio. O peemedebista é o segundo ex-governador fluminense preso em menos de 24 horas. Ontem foi a vez de Anthony Garotinho (PR), acusado de coagir testemunhas e comprar milhares de votos.
Em nota à imprensa, a PF afirma que a investigação identificou fortes indícios de cartelização de grandes obras executadas com recursos federais mediante o pagamento de propinas a agentes estatais, inclusive para Cabral. Ao todo, são cumpridos 52 mandados de busca e apreensão, dez de prisão preventiva, três de prisão temporária e 14 de condução coercitiva expedidos pelas Varas Criminais do Rio de Curitiba. Entre os alvos de condução coercitiva, está a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. O juiz Marcelo Bretas negou o pedido de prisão dela feito pelo Ministério Público. O grupo é acusado de formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro.
Cabral estava em seu apartamento, no Leblon, quando foi levado pela PF aos gritos de “ladrão”. Calicute é a região da Índia onde o navegante português Pedro Álvares Cabral, descobridor oficial do Brasil, enfrentou uma de suas maiores tormentas.
Além do ex-governador, também foram presos Wagner Jordão Garcia, seu ex-assessor, e o ex-secretário de Governo Wilson Carlos. Também são alvos da Calicute o ex-secretário estadual de Obras Hudson Braga e o ex-assessor do governador Carlos Emanuel de Carvalho Miranda.
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