Em reunião nesta terça-feira com o diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde Fontoura Filho, o delegado da Polícia Federal Manuel Balduíno, responsável pela investigação de grampos na corte, confirmou que não foram encontradas irregularidades nas linhas rastreadas pela PF. O empresário Ênio Fontenelle, dono da Fence, empresa que identificou os grampos, também participou do encontro.
O delegado desmentiu, porém, a informação de que não teria havido grampos no gabinete dos magistrados, conforme publicou hoje no jornal O Globo. Segundo ele, a perícia do Instituto Nacional de Criminalística não encontrou vestígios de violação nas linhas, mas a hipótese de ter havido grampos antes da investigação não está descartada.
Balduíno pediu informações quanto aos métodos e equipamentos utilizados pela Fence para detectar a violação nos telefones. A PF informou também que não foram encontrados grampos nas linhas de PABX, mas a empresa informou que não foram feitas varreduras nestas linhas.
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O caso veio à tona há duas semanas, quando a Fence informou ter encontrado, numa varredura de rotina, grampos em duas linhas diretas dos ministros Marco Aurélio Mello, presidente do TSE, e Cezar Peluso. As linhas estão instaladas nos gabinetes deles no Supremo Tribunal Federal. O terceiro telefone grampeado seria uma linha de fax utilizada pelo ministro Marcelo Ribeiro no próprio TSE.
Marco Aurélio recebeu com ironia a conclusão da PF. Ele disse que houve tempo suficiente, entre o dia da denúncia e a data da perícia do Instituto de Criminalística, para a retirada dos grampos e disse que o resultado da investigação parece um "faz-de-conta".
"Agora podemos concluir que continuamos no grande âmbito do faz-de-conta. Faz-de-conta que não houve grampo. O importante é que as instituições funcionem e que tudo que possa implicar desvio de conduta venha à tona porque só assim teremos dias melhores", declarou. (Diego Moraes)
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