Reportagem do jornal O Globo deste sábado afirma que a Polícia Federal vai investigar se o Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) usou recursos públicos para financiar a manifestação que terminou com a invasão e depredação da Câmara, na última terça-feira. A Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária (Anara), entidade fundada e comandada por líderes do MLST, recebeu nos últimos sete anos R$ 5,7 milhões do governo federal, sendo a grande maioria (R$ 5,6 milhões) na gestão do presidente Lula.
Segundo a matéria assinada pelos repórteres Jailton de Carvalho e Alan Gripp, uma pista importante foi encontrada pela Polícia Legislativa com o líder do movimento, Bruno Maranhão. Quando ele foi preso, estava com papéis que registram a contabilidade da manifestação. No alto de uma das páginas, que traz os gastos de cada grupo que se deslocou de nove estados, está a inscrição: “04/06/2006 (data da manifestação), BSB/MLST, União financia”. De acordo com o material, o protesto custou R$ 82.790.
Com base nessas informações, a Polícia Federal vai realizar uma apuração preliminar. Se encontrar indícios mais fortes do uso de dinheiro público, poderá abrir inquérito e convocar testemunhas a depor.