Fábio Góis
O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) encaminhou nesta segunda-feira (19) à Polícia Federal as investigações sobre uma suposta contratação irregular, por meio de ato administrativo secreto, determinada pelo ex-diretor do Senado Agaciel Maia. Caberá à PF abrir inquérito para dar consecução aos trabalhos investigativos.
A nomeação indevida foi formalizada em 2007, quando Lia Raquel Vaz de Souza, filha de um aliado do ex-diretor na Casa, passou a integrar o quadro de funcionários do gabinete de Demóstenes Torres (DEM-GO). Cerca de 15 dia depois, sem conhecimento do senador, Lia foi transferida para a equipe de assessores de Delcídio Amaral (PT-MS), que também desconhecia o procedimento.
Em 24 de junho, Demóstenes apresentou denúncia formal à Secretaria Geral da Mesa contra o ex-diretor, que retornou às atividades na Casa em 23 de setembro, depois de 90 dias de licença-prêmio (remunerada). Em depoimento prestado à Policia Legislativa do Senado, onde o caso era investigado, além do MPF-DF, sob segredo de Justiça, Lia afirmou não saber que havia sido contratada clandestinamente.
Além de Agaciel, é investigado pela PF o ex-secretário de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi, também apontado como um dos principais responsáveis pela emissão dos atos sigilosos. A veracidade das assinaturas que teriam autorizado a formalização irregular de centenas de atos secretos, escândalo que abalou por meses o Senado em 2009, foi contestada por Agaciel, que solicitou perícia nas mesmas.
Mesmo assim, os investigadores da polícia do Senado consideraram as assinaturas, inclusive as que nomearam e exoneraram Lia, como elementos suficientes para recomendar abertura de inquérito às autoridades competentes.
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