Duas semanas após a invasão da Câmara, a Polícia Federal indiciou hoje mais 73 militantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) pela depredação das instalações da Casa. Antes, a PF já havia indiciado 42 pessoas identificadas como líderes da invasão. Entre elas, o dirigente petista Bruno Maranhão.
Os 115 manifestantes participaram de uma reunião na sede da Contag em Brasília na véspera da invasão à Câmara, em que planejaram como seria o quebra-quebra e discutiram os detalhes da operação. Eles foram identificados graças a uma fita da reunião que está em poder da Polícia Federal.
Entre os 73 novos indiciados consta um casal – Joaquim Ribeiro e Gladys Rossi – que não participou da depredação, mas sim de todo o planejamento. Foram eles que fizeram a reserva do auditório da Câmara em nome da Contag e convocaram 96 militantes dos sem terra para a reunião do dia 4 em que foi decidida a invasão.
Todos irão responder pelos crimes de lesões corporais contra 38 feridos durante a invasão, dois deles em estado grave e ainda afastados do trabalho. Serão acusados ainda por dano qualificado contra o patrimônio público e privado, formação de quadrilha e destruição de bem tombado pelo patrimônio público.
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A PF nega que tenha havido violação de direitos humanos ou abusos contra os militantes presos e encaminhará relatório à Justiça pedindo a transformação da prisão temporária de 42 manifestantes em prisão preventiva, para que continuem detidos até o final da instrução criminal. Os 42 militantes poderão ser libertados nos próximos três dias, quando vence o período de prisão de temporária.