Os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho, o deputado federal Geraldo Pudim e o deputado estadual Álvaro Lins, todos do PMDB do Rio de Janeiro, foram indiciados pela Polícia Federal por compra de votos nas eleições do ano passado. Eles são suspeitos de terem pressionado candidatos aprovados em um concurso para inspetor da Polícia Civil a conseguirem votos para Pudim e Lins.
De acordo com a Agência Estado, o concurso foi realizado em 2005 e incorporou à Polícia Civil do Rio pelo menos 300 candidatos excedentes, ou seja, que obtiveram a nota mínima para aprovação mas não ficaram entre os primeiros colocados (aqueles chamados para posse e nomeação imediatas). As investigações revelaram que cada excedente se comprometeu a conseguir até 50 votos para Pudim e o ex-chefe da Polícia Civil Álvaro Lins.
Garotinho contesta a acusação e volta suas baterias para o atual governador do Rio, o também peemedebista Sérgio Cabral. Em seu blog, ele publica foto em que Cabral aparece reunido com os concurssados. “Cabral não parou por aí”, afirma Garotinho. “Após ter se comprometido a sair em defesa do grupo, ele vestiu a camisa dos candidatos a inspetores, além de ter assinado um documento de engajamento à causa. O documento leva a assinatura do hoje governador do estado e está publicado na íntegra logo abaixo”, prossegue o ex-governador no texto publicado na internet.
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Ele questiona ainda o delegado da PF responsável pelo assunto: “Por que o delegado, que diz ter investigado o caso durante um ano e meio, não tomou a mesma posição em relação ao governador Sérgio Cabral? Pelo tempo que alega ter levado para tirar suas conclusões, o policial tinha o dever, a obrigação de saber da existência da foto na qual o governador aparece junto aos concursados”.
Conforme a Agência Estado, o deputado federal Geraldo Pudim divulgou nota em que alega desconhecer o tema e se queixa da imprensa: "É lamentável o que vem ocorrendo no país. Essa inversão do ônus da prova ao acusado é uma afronta ao Estado democrático de direito. Somos denunciados, julgados e condenados por um jornalista que, ao prazer de suas conveniências, descontextualiza os fatos e nos condena com argumentos de presunção de culpa".
Álvaro Lins também se defendeu por meio de nota. Segundo ele, a denúncia foi objeto de duas ações arquivadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. "Nada tenho a temer, visto que todos os fatos ocorreram de maneira pública, sob a fiscalização eleitoral, e visavam tão somente o aumento do efetivo da polícia e o benefício da população", diz ele. (Sylvio Costa)
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