Dois peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Federal começaram a periciar hoje (16) os documentos apresentados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para comprovar sua inocência em processo contra ele no Conselho de Ética da Casa. O presidente do conselho, Sibá Machado (PT-AC), acompanha os trabalhos, segundo a rádio CBN.
Os policiais federais estão debruçados sobre notas fiscais, recibos e Guias de Trânsito de Animais (GTAs) apresentadas por Renan. O senador pretende comprovar que tem rendimentos agropecuários suficientes para bancar sozinho a pensão e o aluguel de uma jornalista com quem tem uma filha. Ele é acusado de pagar essas despesas com dinheiro do lobista da empreiteira Mendes Júnior Cláudio Gontijo.
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Mas reportagem do Jornal Nacional de quinta-feira (14) desqualificou documentos apresentados por Renan. Havia recibos dados por empresas de fachada.
O efeito da notícia mudou os rumos do Conselho de Ética, que ontem (15) se preparava para votar relatório favorável à absolvição de Renan. Os senadores preferiram fazer perícia nos documentos e aguardar até a próxima terça-feira (19). O relator do processo, Epitácio Cafeteira (PTB-MA) ameaçou deixar o conselho se seu parecer não fosse votado naquele dia. Depois, mudou de idéia.
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Renan lutou por absolvição madrugada adentro
Para tentar se desvencilhar das denúncias que vem sofrendo há cerca de 20 dias, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), trabalhou madrugada adentro. Até as 3h da manhã de ontem (15), ele tentou convencer os colegas do Conselho de Ética de sua inocência. É o que mostram reportagens publicadas hoje pelos jornais O Globo, Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo.
Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior, Cláudio Gontijo. Para provar sua inocência e a fonte de suas rendas, apresentou recibos de venda de gado. Assim, não teria necessidade de recorrer a terceiro para pagar dívidas, no caso, a pensão e o aluguel da jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de 3 anos.
De acordo com os jornais, o senador começou a maratona de telefonemas na noite de quinta-feira (14), assim que uma reportagem do Jornal Nacional mostrou que alguns recibos assinados por Renan citavam empresas fantasma ou com problemas na emissão de notas fiscais. As conversas se estenderam até as 3h da manhã, segundo o Estado.
Segundo O Globo, até o presidente Lula foi contactado pelo senador. A Folha de S.Paulo descreve que documentos foram procurados em órgãos públicos de Murici (AL), reduto político da família Calheiros. “Orgãos públicos da cidade foram abertos na madrugada para buscar os papéis e fazer cópias a tempo de serem enviados para Brasília. Por volta das 3h, Renan teve acesso aos papéis”, afirmou o jornal paulistano.
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