A Polícia Federal (PF) cumpre mandados de busca e apreensão, nesta terça-feira (24), nos gabinetes e nos apartamentos funcionais do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do partido. A ação foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da Lava Jato. Os dois são acusados de tentar atrapalhar as investigações da operação. Há, ainda, mandado de prisão contra o ex-deputado Márcio Junqueira (RR). As apurações, porém, são mantidas em sigilo.
O deputado é investigado por associação criminosa ao lado de outros parlamentares do PP, inclusive, acusados de receber dinheiro desviado da Petrobras. O senador é alvo de seis inquéritos da Lava Jato. Entre as acusações, ter recebido pelo PP R$ 42 milhões da J&F para que o partido apoiasse a reeleição de Dilma em 2014.
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Em dezembro, o Supremo rejeitou denúncia contra Eduardo da Fonte por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele foi acusado de intermediar uma negociação entre o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, morto em 2014, e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para blindar investigações da CPI da Petrobras no Senado. De acordo com a acusação, em troca, o PSDB recebeu R$ 10 milhões de empreiteiras.
De acordo com a assessoria de Eduardo da Fonte, o deputado está em Recife e só deve chegar a Brasília nesta tarde.
Ciro está fora do país e ainda não foi contatado por sua defesa, segundo o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, Kakay. O advogado disse que ainda desconhece as razões das buscas, mas que o senador está à disposição para prestar os esclarecimentos que a Justiça considerar necessários.
“Continuará a agir o senador como o principal interessado no esclarecimento dos fatos. No momento, a defesa aguarda contato com o senador para poder ter o necessário instrumento de poderes que dará direito ao acesso aos fundamentos da medida de busca e apreensão”, afirmou Kakay por meio de nota.
Veja a íntegra da nota do advogado de Ciro Nogueira:
“Defesa do Senador Ciro Nogueira está acompanhando as buscas que estão sendo realizadas na residência e no gabinete do Senador. Esclarece a defesa que o Senador se encontra fora do Brasil, não sabendo em qual país e que não foi possível ainda falar com ele. Desconhece a defesa, até o presente momento, as razões da determinação judicial do Ministro Fachin. É certo que o Senador sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário, prestando depoimentos sempre que necessário e, inclusive, já foi alvo de busca e apreensão. Continuará a agir o Senador como o principal interessado no esclarecimento dos fatos. No momento, a defesa aguarda contato com o Senador para poder ter o necessário instrumento de poderes que dará direito ao acesso aos fundamentos da medida de busca e apreensão.”
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