Um dia após abrir inquérito para apurar a origem do dinheiro apreendido com o empresário Valdebran Padilha e o advogado Gedimar Passos, em São Paulo, a Polícia Federal deve fazer hoje, em Cuiabá, uma acareação entre os dois e os empresários Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, e Paulo Roberto Trevisan. Tio de Vedoin, Trevisan foi preso ao tentar embarcar para a capital paulista com um dossiê contra os candidatos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin.
O juiz federal Marcos Tavares, de Cuiabá, assumiu o caso do dossiê ontem e determinou que o empresário Valdebran não fosse algemado nem apresentado à imprensa, assim que chegasse à capital de Mato Grosso. Ele e Gedimar foram transferidos ontem à noite para o presídio Pascoal Ramos, na capital mato-grossense.
Em depoimento à PF, Gedimar afirmou que foi contratado pelo PT para negociar a compra do dossiê com Vedoin e que a quantia, de R$ 1,7 milhão, seria usada para pagar o empresário. Segundo despacho do juiz Cesar Augusto Bearsi, da 3ª Vara Federal de Cuiabá, os acusados serão investigados por "crime de lavagem de dinheiro ou (de) outra origem ilícita”. O juiz afirmou que comprar provas judiciais que não estejam em sigilo não é crime. O delito, em tese, pode ser uma suposta origem ilícita do dinheiro usado na compra.
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