A Polícia Federal apreendeu R$ 730 mil em espécie na casa do engenheiro civil José de Ribamar Ribeira Hortegal, engenheiro fiscal da Secretaria de Infra-estrutura do Maranhão. A quantia foi encontrada no dia 17 pelos policiais e divulgada nesta segunda-feira (21).
Hortegal é um dos 47 presos na Operação Navalha, deflagrada na semana passada para desmontar uma quadrilha que fraudava licitações em obras públicas.
Por envolver quase R$ 1 milhão, os investigadores querem saber de onde vieram os valores. “Ele terá de explicar a origem”, afirmou a assessoria da PF.
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Hoje, na casa de um ex-assessor de um dos acusados na Operação, os agentes encontraram documentos queimados. Os agentes apreenderam o resto da papelada, que estava numa churrasqueira ainda com cheiro de queimado, para tentar fazer uma perícia.
Os documentos estavam no lote 19 do conjunto B do Condomínio Lago Sul. Era a casa de Adão Birajara Amador Farias, servidor da Secretaria de Agricultura do DF e ex-assessor do deputado distrital Pedro Passos (PMDB), um dos presos na operação. A Secretaria de Agricultura faz parte da área de influência do parlamentar no governo do DF, que já ocupou o cargo de secretário da pasta. Pirajara não foi preso e não retornou os recados do Congresso em Foco em sua residência.
O delegado executivo da Superintendência da Polícia Federal, Ângelo Gióia, não permitiu que os colegas de Passos o visitassem antes de decidirem, amanhã (22), se relaxam ou não a prisão do peemedebista. Segundo o policial, o único dia de visitas é na quinta-feira.
Delação
Hoje, o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, negou que tenha feito qualquer acordo de delação premiada com algum dos 48 acusados na Operação, em especial o suposto líder da quadrilha, Zuleido Veras. A delação premiada é um artifício legal em que as autoridades judiciais concedem redução nas penas aos acusados que prestarem informações verdadeiramente úteis para se desvendar um crime.
A assessoria da Polícia Federal também negou qualquer negociação. Os acordos de delação premiada só aconteceriam depois do primeiro depoimento, quando o acusado demonstra o que pode ou não oferecer como subsídio à investigação.
Hoje, a PF reclamou, indiretamente, dos comentários de que agiu de forma ilegal na execução da Operação Navalha. Numa nota, a polícia relembra que “ recebeu desde o início [da operação] o acompanhamento do Poder Judiciário e do Ministério Público Federal”. (Eduardo Militão)
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