No inquérito da Operação Hurricane (Furacão), a Polícia Federal afirma que um dos bicheiros investigados, Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, comandou esquema de financiamento de candidatos a cargos políticos nas eleições de 2006.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o relatório diz que a deputada federal Marina Maggessi (PPS-RJ) recebeu recursos da organização criminosa por meio de recursos não declarados à Justiça Eleitoral (caixa dois). A intermediação do negócio teria sido feita pelo policial civil Fernando "Salsicha".
A deputada, que foi inspetora da Polícia Civil do Rio, nega ter recebido dinheiro do jogo do bicho e diz não acreditar que Fernando tenha usado o seu nome para levantar recursos de campanha. "Minha campanha foi paupérrima. No total, foi R$ 69 mil. Chega a ser ridículo um negócio desse, do jeito que a minha campanha foi pobre", disse Marina à Folha.
Na prestação de contas apresentada pela deputada à Justiça Eleitoral não há doações dos Guimarães ou de entidades de bingos.
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De acordo com a PF, Capitão Guimarães e seu sobrinho Júlio César Guimarães Sobreira "atenderam à solicitação de vantagem indevida sob o título de contribuição para a campanha eleitoral da inspetora da Polícia Civil Marina Terra Maggessi de Souza". Os dois são ligados à associação que representa os bingos no Rio de Janeiro e foram presos durante a Operação Furacão.
Segundo a Folha, as informações contidas no inquérito da PF são baseadas em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Nos diálogos, Fernando falaria em nome da deputada ao conversar com o também policial civil Marcos Antonio dos Santos Bretas, o "Marcão", acusado de distribuir a propina oferecida pelos bicheiros.
Em um dos diálogos, Marcão diz a Fernando que "está entregue". "Tu é bom mesmo", teria sido a resposta. A transcrição do diálogo feita pela PF diz que, "nesse momento, Marina Maggessi, que está ao lado de Fernando, manda esse mandar um beijo para Marcão". (Edson Sardinha)
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