A Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 200 mil na residência do presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PI). Ele foi alvo de mandado de busca e apreensão, tanto em seu gabinete quanto em sua casa, assim como o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE). Já o ex-deputado Márcio Junqueira (RR) foi preso em Brasília.
As ações foram autorizadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Os três são suspeitos de tentar atrapalhar as investigações da operação. De acordo com a PGR, eles tentaram comprar o silêncio de um ex-assessor do PP que colabora com as investigações.
O advogado de Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que o senador declarou à Receita Federal que tinha R$ 180 mil em dinheiro guardados em casa. Os outros R$ 20 mil, segundo ele, podem ser da esposa de Ciro, a deputada federal Iracema Portella (PP-PI).
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“Ademais, dentro dos cofres localizados na residência, cujas senhas foram voluntariamente fornecidas pelo casal, também tinham pertences e valores particulares de sua esposa, que é deputada federal”, disse Kakay. O advogado adiantou que vai solicitar a devolução dos valores.
De acordo com a Procuradoria Geral da República, a tentativa de obstrução da investigação ficou caracterizada com o pagamento de despesas pessoais do ex-assessor, ameaças e proposta para a mudança do teor de depoimento que incriminaria os alvos da operação.
As buscas foram feitas nos gabinetes, nas residências de Márcio Junqueira, Eduardo da Fonte e Ciro Nogueira em Brasília e em seus estados natais.
Veja a nota da defesa de Ciro:
“A defesa do Senador Ciro Nogueira deseja esclarecer que a busca e apreensão efetuada na residência e no gabinete do Senador, embora a defesa entenda que foi absolutamente desnecessária, ocorreu rigorosamente dentro da legalidade, em cumprimento a ordem emanada de Ministro do Supremo. Na residência não houve documento apreendido e a apreensão de montante em espécie é facilmente justificada, pois o Senador tem em seu IR valores em moeda regularmente declarados. Ademais, dentro dos cofres localizados na residência, cujas senhas foram voluntariamente fornecidas pelo casal, também tinham pertences e valores particulares de sua esposa, que é deputada federal. Os poucos documentos apreendidos no gabinete do Senador não causam nenhuma preocupação. A afirmação de que o Senador, de alguma maneira, pudesse ter feito qualquer movimento a ser equivocadamente entendido como tentativa de obstrução é , nas palavras do Senador, completamente fora da realidade. Sequer en passant o Senador praticou qualquer ato que pudesse ser interpretado como tentativa de embaraço. A defesa reitera que o Senador Ciro continua à disposição do Poder Judiciário para todo e qualquer esclarecimento, como sempre esteve.”
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