Apontado pela Polícia Federal como chefe do esquema de fraudes em licitações da Petrobras desmontado pela Operação Águas Profundas, Ruy Castanheira doou R$ 23.420 para a campanha da deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) e R$ 50 mil para o deputado Carlos Santana (PT-RJ).
A Iesa Óleo e Gás, uma das empresas que se beneficiaram do esquema, também investiu em políticos: doou R$ 1,562 milhão para o PT. A Mauá Jirong, outra acusada, fez doações de R$ 25 mil aos deputados federais Jorge Bittar (PT-RJ) e Luiz Sergio (PT-RJ) e R$ 80 mil para Chico D’Angelo (PT-RJ).
Solange é ligada ao casal Garotinho, que, segundo apurou a PF, pode ter utilizado documentos falsos preparados por Castanheira para desviar verbas destinadas a organizações não-governamentais. Já a Iesa diz que deu dinheiro aos petistas por livre e espontânea vontade, em agradecimento aos benefícios que teve com a gestão Lula.
"A empresa quis prestigiar o PT porque o governo abriu o mercado de óleo e gás para empresas nacionais, obrigando todas as obras contratadas pela Petrobras a terem índice de nacionalização elevado, contrariando orientação de governos passados. A Iesa é filha direta dessa política", disse a assessoria ao jornal Folha de S. Paulo.
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O dinheiro foi doado ao partido, mas se destinava a campanhas. Usando uma brecha da legislação, o PT recebeu os recursos e os repassou a candidatos. A contribuição indireta elimina os limites legais de doação para campanhas (2% do faturamento bruto) e dificulta a identificação de empresas como doadoras.
Além da doação direta ao PT, a Iesa Óleo e Gás contribuiu com a campanha derrotada do senador Delcídio Amaral (PT) ao governo do Mato Grosso do Sul em 2006. Delcídio, ex-diretor de Gás da Petrobras, recebeu R$ 50 mil. (Carol Ferrare)
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