Uma petição com 50 mil assinaturas em favor da saída do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, foi protocolada nesta segunda-feira (1º), na sede da entidade, no Rio de Janeiro. O documento foi entregue pelos deputados Romário (PSB-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), acompanhados de Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura aos 38 anos. Romário, principal desafeto de Marin no Congresso, quer que o cartola seja investigado, entre outras suspeitas, por eventual participação na morte de Herzog, em 25 de outubro de 1975, quando o então diretor de Jornalismo da TV Cultura estava em poder de órgãos de repressão em São Paulo.
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Romário disse que ele e Jandira sequer foram recebidos pela direção da entidade. “Não fomos recebidos por nenhum membro da diretoria da CBF, mas protocolamos nosso pedido com mais de 50 mil assinaturas”, reclamou o deputado na rede social twitter. A petição “Fora, Marin”, tinha os dizeres “Mais de 50 mil pessoas pedem o seu desligamento por ser ligado à ditadura”.
Nos últimos meses, o ex-jogador de futebol tem intensificado sua cruzada contra Marin, governador de São Paulo entre 1982 e 1983, quando o Brasil vivia os últimos momentos do regime militar. Além de defender investigações policiais contra Marin, Romário tenta emplacar a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as ações do presidente da CBF – requerimento nesse sentido já está protocolado desde 5 de dezembro. Em entrevista ao Congresso em Foco em novembro do ano passado, ele condenou a atuação de deputados que não querem a CPI. “A bancada da bola não pode mais apoiar sacanagem, corrupção, falcatrua”, disse.
Romário, que não costuma fazer discursos de plenário, há 20 dias subiu o tom das críticas contra Marin na tribuna da Câmara, quando disse que “lugar de ladrão é na cadeia”. Em outra ofensiva, ele postou em rede social um áudio de conversa em que o presidente da CBF parece ameaçar interlocutores não identificados.
Confira o áudio publicado no Youtube:
“Ele é ladrão, a gente sabe que ele roubou uma medalha. O último roubo dele foi de energia do seu vizinho. Então, uma pessoa dessa não tem condições psicológicas de comandar uma instituição que é a CBF, principalmente em anos tão importantes como este da Copa das Confederações e, no próximo ano, da Copa do Mundo”, bradou Romário, recém-eleito presidente da Comissão de Turismo e Desporto.
Romário se referia a dois episódios recentes de Marin. O primeiro, na final da Copa São Paulo de Futebol Júnior 2012, quando câmeras de televisão flagraram o então vice-presidente da CBF colocando no bolso uma das medalhas da premiação. O mais recente é um “gato” em que Marin, de acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, é descoberto desviando energia elétrica de um vizinho.
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