Em depoimento à Polícia Federal, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) reafirmou que alertou o presidente Lula sobre a existência do mensalão, mesada paga a partidos políticos e parlamentares em troca de apoio ao governo. Indagado se o presidente tinha conhecimento do esquema, o tucano foi enfático: "Eu o avisei", disse.
Perillo repetiu o que havia declarado, por escrito, ao Conselho de Ética da Câmara. Segundo ele, o deputado Sandro Mabel (PL-GO) ofereceu à deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO) mesada de R$ 30 mil e bônus de R$ 1 milhão para que ela deixasse o partido e entrasse na base do governo. Mabel foi absolvido da acusação, mas Perillo insistiu que não só Raquel, como outros parlamentares, foram alvos de tentativa de suborno, mas não revelou os nomes dos demais.
O depoimento foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dentro do inquérito em que 40 parlamentares e autoridades do governo Lula estão denunciados por corrupção, uso de caixa dois e formação de quadrilha.
O ex-governador confirmou que relatou o problema pessoalmente a Lula, durante uma visita do presidente a Goiás e em outras ocasiões, informalmente, no Palácio do Planalto. Por falta de provas de sua participação, o presidente foi excluído da denúncia que o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, ofereceu originalmente contra 40 acusados de pertencerem ao esquema, que seria comandado pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e operado pelo empresário Marcos Valério de Souza.
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As declarações do ex-governador serão somadas a outras diligências e depoimentos que estão sendo tomados para que o Ministério Público Federal decida se inclui o presidente ou se o mantém livre da denúncia.
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