Enquanto a Rússia se prepara para receber a Copa do Mundo deste ano, Brasília (DF), uma das cidades sede da última edição do torneio, realizada no Brasil em 2014, ainda tem obras que foram prometidas pelo governo da época, mas não foram entregues. Quatro anos após o Mundial, apenas 8 das 13 modernizações previstas, entre melhorias em áreas como mobilidade urbana, segurança e lazer, foram realizadas. 39% delas não foram concluídas. As informações são de levantamento feito pelo jornal Correio Braziliense.
Entre as obras prometidas pela gestão do ex-governador Agnelo Queiroz (PT), quatro saíram do papel. São elas a ampliação da DF-047, via que liga o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek ao centro da capital; a finalização do balão Sarah Kubitschek; a reforma nos Centros de Atendimento aos Turistas (CATs); e a reconstrução do Estádio Nacional Mané Garrincha. O Governo do Distrito Federal só reconhece como vinculadas ao torneio os empreendimentos que integravam a Matriz de Responsabilidades da Copa.
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Ainda assim, o GDF fez outras promessas lançadas com a gripe da Copa do Mundo. Entre elas está o Projeto Burle Marx, que previa a construção de ciclovias e a instalação de bebedouros, lixeiras, bancos e paraciclos entre a Rodoviária e a Torre de TV. Orçadas em R$ 6,5 milhões, as obras foram iniciadas em julho de 2013, mas nunca foram finalizadas.
Conforme aponta a reportagem de Isa Stacciarini, outro projeto inacabado é o do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Com um orçamento prévio de R$ 276 milhões, a obra foi iniciada em 2009, mas acabou embargada pela Justiça em 2011, após suspeitas de irregularidades no processo de licitação.
A melhoria do entorno do Estádio Nacional, com um projeto paisagístico que envolvia a construção de dois túneis de pedestres, estacionamentos e a instalação de fontes e jardins, é outra das promessas do GDF que nunca foram entregues. A iniciativa chegou a ser orçada em R$ 360 milhões, mas também não foi concluída.
<< Leia aqui a íntegra da reportagem do Correio Braziliense
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Prejuízo milionário
Além do investimento em projetos inacabados, o GDF acumula um prejuízo milionário com o Estádio Mané Garrincha, que gasta mais recursos do que arrecada. Inicialmente orçado em R$ 600 milhões, o estádio acabou custando R$ 1,6 bilhão. É o segundo mais caro do planeta, de acordo com a Consultoria KPMG, atrás apenas de Wembley, em Londres. Os valores de manutenção são correspondentes: o governo chega a gastar cerca de R$ 700 mil por mês, o que totaliza um prejuízo anual de R$ 6,4 milhões.
Para tentar recuperar o dinheiro perdido, a aposta são as parcerias público-privadas (PPPs). A ideia é transferir para o setor privado a gestão do Estádio Nacional, assim como do Ginásio Nilson Nelson, do Complexo Aquático Claudio Coutinho e das quadras poliesportivas. Um edital foi lançado pela Terracap em dezembro do ano passado, e a expectativa é que o contrato seja assinado até abril. O vencedor da licitação deverá assumir a concessão dos espaços por 35 anos.
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