“Como um partido pode pedir impeachment antes de ter um fato concreto? Não pode”, disse o tucano, em seminário com outros ex-presidentes latino-americanos no Fórum de Comandatuba, no Sul da Bahia.
Para o ex-presidente, não cabe aos partidos políticos empunhar a bandeira do impeachment. “Impeachment não pode ser tese. Ou houve razão objetiva ou não houve razão objetiva. Quem diz se é objetiva ou não é a Justiça, a polícia, o tribunal de contas. Os partidos não podem se antecipar a tudo isso, não faz sentido”, declarou. “Você não pode fazê-lo fora das regras da democracia, tem que esperar essas regras serem cumpridas. Qualquer outra coisa é precipitação”, acrescentou.
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O discurso de FHC vai na contramão da tese defendida por outras lideranças do partido, como o presidente da legenda, Aécio Neves (MG), e os líderes das bancadas na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). O grupo encaminhou a juristas parecer sobre a viabilidade de se pedir o impeachment da presidenta.
Também presente ao encontro na Bahia, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também disse não ver elementos para a abertura de um processo contra Dilma. Na avaliação dele, a manobra fiscal feita pelo governo para fechar suas contas, apontada pelo TCU, não justifica um eventual pedido de impeachment.
“É um erro (pedaladas fiscais) com o qual não concordo, mas eu, sinceramente, não vejo isso no mandato passado para sustentar um pedido de impeachment. Mas vamos analisar com todo o respeito qualquer pedido que vier”, afirmou Cunha, segundo O Globo.
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