No relatório, Acir Gurgacz registra a rejeição de sete emendas e declara a inadmissibilidade de outras duas. “Em razão disso, nosso Relatório mantém-se tal como apresentado em 22 de dezembro último, incluindo-se as correções já efetivadas de erros materiais identificados”, informa o senador.
Leia também
A decisão do senador do PDT contesta deliberação do Tribunal de Contas da União (TCU), que recomendou ao Congresso a rejeição das contas de Dilma, por unanimidade,em 7 de outubro. Em seu parecer, Gurgaz propõe a aprovação das contas com três ressalvas: a não consideração, pelo governo, dos primeiros sinais de crise econômica no primeiro bimestre do ano passado; a inadimplência do Tesouro Nacional junto aos bancos federais; e o excesso de restos a pagar, as despesas não quitadas pelo governo e transferidas para o ano seguinte.
O parecer deve ser votado em março pela CMO, com tendência de aprovação, já que o governo tem ampla maioria no colegiado. “Não encontramos vínculo da responsabilidade da presidenta. Os argumentos apresentados ao TCU não são relevantes o suficiente para levar à rejeição das contas”, defende o senador, para quem os decretos não numerados e utilizados no pedido de impeachment da presidente estão previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Outro argumento do relator é que a presidente da República não é ordenadora de despesa, a exemplo dos governadores, chefes dos Executivos estaduais. Gurgaz lembrou a legislação segundo a qual os ordenadores de despesas são os responsáveis pela regularidade das contas públicas – no caso, os ministros da área. “Não é razoável incluir nas contas da presidente todas as quaisquer decisões adotadas em cada ministério e órgão do Executivo”, acrescentou o parlamentar.
Com os sinais da CMO favoráveis à presidente, a oposição deve voltar suas atenções para a ação que o PSDB moveu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a chapa governista Dilma Rousseff/Michel Temer. Depois da prisão do publicitário João Santana, marqueteiro de campanhas presidenciais do PT, na 23ª fase da Operação Lava Jato, líderes oposicionistas avaliam que as investigações sobre o esquema de corrupção instalado na Petrobras chegou de vez ao Palácio do Planalto, com possíveis prejuízos para Dilma no TSE.