O líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola, contou a um importante funcionário do governo que a facção criminosa ganhava R$ 2 milhões mensais líquidos com o tráfico de drogas, informa o jornal O Estado de S. Paulo de hoje. Segundo Marcola, a opção pelo comércio de entorpecentes ajudava a acabar com as brigas dentro do PCC, pois a facção não precisava extorquir os presos em troca de proteção.
De acordo com a reportagem, uma mostra do interesse do PCC pelo comércio de drogas se deu em abril do ano passado, quando foi assassinado, na Penitenciária 2 de Mirandópolis, o traficante Sandro Henrique da Silva Santos, o Gulu. Dono de bocas de droga na Baixada Santista, seu assassinato visava transferir os negócios pessoais dele, o segundo homem do PCC, ao “partido”. O mesmo motivo também teria levado ao assassinato de Diogo dos Santos, o Dioguinho, na Penitenciária de Franco da Rocha, outro importante proprietário de bocas na Baixada.Em dois meses, 29 presos foram assassinados.
A matéria também indica que o aumento da apreensão de drogas em São Paulo pode ter sido um dos motivos que estimulou o PCC a optar por uma série de ataques e atentados. No primeiro trimestre de 2002, o Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), havia feito 2.734 apreensões. No primeiro trimestre deste ano, o valor quase dobrou, chegando a 4.359 apreensões.
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“É uma explicação que faz sentido. O governo estava sufocando uma das principais fontes de arrecadação da facção e os ataques são uma reação a isso. Mas é preciso investigar mais,” disse Tulio Kahn, da Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria da Segurança.
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