“Ela me solicitou um contato com a sra. Evangelina Pinho, que era superintendente do Patrimônio da União em São Paulo e que havia trabalhado comigo anteriormente. Como se tratava de uma servidora do Gabinete da Presidência da República, não vi qualquer óbice em atendê-la, e minha assessoria deu encaminhamento ao pedido”, afirmou o deputado.
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Segundo reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, Rosemary sugeriu num e-mail que o deputado Paulo Teixeira receberia vantagens por ter auxiliado no encontro com uma funcionária do governo que tinha poderes para encaminhar pedidos de empresas interessadas em ocupar ilhas da União. Em uma das ilhas citadas pelos investigados, o ex-senador Gilberto Miranda, também alvo da PF, pretende montar um complexo portuário de R$ 2 bilhões.
A mensagem eletrônica que cita Paulo Teixeira foi enviada em abril de 2009 a Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) preso pela Polícia Federal no dia 23. Ele é acusado de chefiar um grupo que vendia pareceres e exercia tráfico de influência em órgãos federais.
“Qto ao pagamento que está para chegar considero que vc não está me fazendo nenhum favor, entendo que trabalhei muito junto a gordinha. Vc já esqueceu da reunião com o deputado Paulo Teixeira? Não foi coisa tão simples. O retorno que recebi não é nada perto do que ele receberá… Não nasci ontem não sou boba!”, afirma Rosemary no email.
O deputado diz que não é a ele que a ex-chefe de gabinete se refere:
“Conforme me foi informado pelo seu advogado, Dr. Luiz Bueno de Aguiar, não era a mim que ela se referia em mensagem eletrônica como beneficiário de tráfico de influência. Leitura mais atenta do texto deixa claro que ela aludia a uma terceira pessoa, esta sim, supostamente beneficiada pelas ações da senhora Noronha, cabendo exclusivamente a ela elucidar sobre a respectiva identidade”, ressalta Paulo Teixeira.
Leia a íntegra da nota divulgada pelo deputado:
“Nota de esclarecimento
Em relação ao envolvimento do meu nome na investigação sobre as atividades da servidora Rosemary Noronha, venho esclarecer que, conforme me foi informado pelo seu advogado, Dr. Luiz Bueno de Aguiar, não era a mim que ela se referia em mensagem eletrônica como beneficiário de tráfico de influência. Leitura mais atenta do texto deixa claro que ela aludia a uma terceira pessoa, esta sim, supostamente beneficiada pelas ações da senhora Noronha, cabendo exclusivamente a ela elucidar sobre a respectiva identidade.
Esclareço ainda que recebi a senhora Noronha, em janeiro de 2009, a partir de um pedido de audiência formulado por ela. Nesse encontro, ela me solicitou um contato com a sra. Evangelina Pinho, que era Superintendente do Patrimônio da União em São Paulo e que havia trabalhado comigo anteriormente. Como se tratava de uma servidora do Gabinete da Presidência da República, não vi qualquer óbice em atendê-la, e minha assessoria deu encaminhamento ao pedido.
Em seis anos no mandato como deputado federal, este foi o único contato que tive com a senhora Noronha. Ressalto ainda que nunca tive contato com as demais pessoas mencionadas nessa investigação. Tenho plena convicção de que as investigações em curso vão deixar claro que não tive nenhuma participação em tráfico de influência ou em qualquer outro tipo de irregularidade ou desrespeito à lei.
Em mais de 30 anos de vida pública, nunca fui acusado de qualquer desvio ético. Lamento profundamente que um problema de redação ambígua na mencionada mensagem eletrônica tenha vinculado meu nome, que sempre cuidei de honrar, ao noticiário da imprensa a respeito da chamada operação Porto Seguro, realizada pela Polícia Federal.
Paulo Teixeira, deputado federal (PT-SP)”