Por unanimidade, foi acolhida a denúncia de lavagem de dinheiro contra os ex-deputados João Magno e Professor Luizinho e o deputado Paulo Rocha e sua ex-assessora parlamentar Anita Leocádia. Também viraram reús pelo mesmo crime o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto e seu ex-chefe de gabinete José Luiz Alves.
Com isso, sobe para 16 o número de réus que responderão pelo crime de lavagem de dinheiro. Com Henrique Pizzolato, Luiz Gushiken e João Paulo, o balanço é que o Supremo transformou 19 acusados em réus, desde que o julgamento começou, na quarta-feira (22). O julgamento pode se estender até terça-feira (28).
Para o ministro do STF Cézar Peluso, a alegação da defesa de que os acusados não saberiam da origem do dinheiro é difícil de se acreditar. "Como um líder que recebeu o dinheiro poderia deixar de desconfiar de dinheiro recebido em quarto de hotel?," questionou, ao se referir ao ex-líder do PT na Câmara, deputado Paulo Rocha.
As acusações
Além da compra de apoio político, o valerioduto, segundo a denúncia, também serviu para abastecer as finanças de integrantes do PT. O deputado federal Paulo Rocha é acusado de receber R$ 920 mil, dos quais, teria repassado R$ 300 mil ao PSB.
Anita Leocádia é acusada de intermediar os repasses. Dos R$ 920 mil entregues a Paulo Rocha, ela teria viabilizado cerca de R$ 600 mil. Esse dinheiro teria sido entregue a ela em agências do Banco Rural e em quarto de hotel, onde o repasse, segundo o MP, foi feito diretamente por Marcos Valério.
De acordo com a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, Anita agia profissionalmente, como auxiliar de Paulo Rocha.
Professor Luizinho, também por intermédio de terceiros, teria recebido R$ 20 mil, quando era líder do governo na Câmara. O dinheiro teria sido sacado por um assessor parlamentar numa agência do Banco Rural em Brasília.
Já o ex-ministro dos transportes Anderson Adauto e seu então chefe de gabinete José Luiz Alves teriam recebido do valerioduto cerca de R$ 1 milhão. O ex-deputado João Magno teria recebido no esquema, também intermediado por outras pessoas, a quantia de R$ 350 mil.
A sessão foi suspensa e será retomada na segunda-feira (27), a partir das 14h. Se necessário, a terça-feira (28) será utilizada para a conclusão dos trabalhos, começando a sessão às 10 horas. (Ana Paula Siqueira)
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Matéria publicada às 19h41 de 24.08.2007. Última atualização à 1h20 de 25.08.2007