Mário Coelho
O governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, deixou na manhã desta sexta-feira (12) a presidência regional do DEM. Em carta enviada à Executiva nacional do partido, ele afirma que saiu do comando para que a sigla tenha “mais autonomia” nas negociações para as eleições de outubro. Ontem (11), a Executiva nacional do partido havia determinado que todos os filiados ao DEM deixassem seus cargos, com exceção de Octávio que, vice-governador, tem a tarefa constitucional de assumir o governo com a prisão de José Roberto Arruda. Longe do comando do partido, Paulo Octávio pretende abrir diálogo com outros partidos no DF na tentativa de conseguir uma trégua na crise que assola a capital do país desde a realização da Operação Caixa de Pandora, em 27 de novembro. No seu lugar à frente do DEM assume o deputado Osório Adriano.
“Estou certo de que, agindo assim, permito ao partido maior autonomia e, ao mesmo tempo, repito, abro a possibilidade de diálogo com toda a classe política do Distrito Federal, sem o viés partidário”, afirmou Paulo Octávio, na nota enviada à executiva do DEM. De acordo com assessores, a decisão de ele se afastar da presidência não é relacionada à determinação da cúpula nacional do partido de ontem à noite. A direção partidária determinou que todos os seus filiados deixem o governo do Distrito Federal.
A ideia do DEM é possibilitar que Paulo Octávio, sem os secretários políticos filiados ao partido, possa montar uma equipe técnica para apoiá-lo. Porém, secretários filiados ao partido, até o momento, recusam-se a sair. Entre eles, o titular da pasta de Transportes, Alberto Fraga. Após sair da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, disse que não deixaria o cargo. “Se eles [os outros membros do partido] quiserem se esconder, que se escondam”, disse Fraga.
Porém, a Executiva nacional do DEM divulgou nova nota nesta sexta-feira. No texto, o partido comunica que os filiados que ocupam cargos no GDF que, independentemente de quem esteja respondendo pela chefia do poder Executivo local, o “prazo fatal para a desocupação dos mesmos é o primeiro dia útil após o feriado de Carnaval”. “Como anteriormente consignado, a eventual inobservância da determinação sujeitará o filiado às sanções disciplinares previstas no Estatuto do partido”, diz a nota.
Leia a nota de Paulo Octávio ao DEM:
“Tendo assumido na data de ontem, o exercício do Governo do Distrito Federal, em função do afastamento do Governador José Roberto Arruda, pelo Superior Tribunal de Justiça, entendo que para ter maior liberdade de interagir com as mais legendas do Distrito Federal, faz-se necessário o meu licenciamento da Presidência do Partido e de acordo com o Estatuto indico para substituir-me, durante o período de afastamento, o Vice Presidente Deputado Federal Osório Adriano.
Estou certo de que agindo assim permito ao Partido maior autonomia e ao mesmo tempo, repito, abro a possibilidade de diálogo com toda a classe política do Distrito Federal, sem o viés partidário.”
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