Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, o candidato do PSC à presidência da República, Pastor Everaldo, voltou a negar nesta terça-feira (19) que seu partido tenha vendido apoio à candidata petista Dilma Rousseff nas eleições de 2010. Naquela ocasião, o nanico PSC chegou a declarar apoio ao então presidenciável tucano, José Serra, mas posteriormente aderiu à campanha do PT, que repassou R$ 4,7 milhões à sigla do pastor.
“O partido estava dividido. Metade queria apoiar Serra; metade, Dilma. Quando o PMDB se aliou [ao PT], nós fazíamos bloco com o PMDB na Câmara, nós fizemos a aliança [com o PT] em 30 de junho com base em princípios, em defesa da vida e da família. Na reta final da campanha, em 22 de setembro, foram feitas as doações legais e transparentes para todos os partidos, não só para o PSC, para custear despesas com materiais [de campanha]”, disse Pastor Everaldo. Na época, ele já havia negado. Declaroou que foi uma negociação política com o PT, não envolvendo dinheiro.
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Na entrevista ao JN, o pastor afirmou que o PSC esperava mais espaço na gestão de Dilma Rousseff, que é candidata à reeleição, mas que ficou mais decepcionado com a “maneira como o governo foi formado, contrariando princípios [defendidos pelo PSC]”.
Questionado sobre a falta de base política no Congresso para conseguir, caso seja eleito, realizar mudanças propostas, o presidenciável afirmou que tem como exemplo o ex-presidente Itamar Franco. “Ele apresentou plano de estabilidade econômica. Levando para a população com transparência o que se quer fazer, o Congresso jamais vai negar o apoio para qualquer presidente”.
O presidenciável do PSC disse que pretende reduzir o número de ministérios e privatizar todas as empresas públicas que atualmente são “focos de corrupção”, inclusive a Petrobras. “Os recursos oriundos das privatizações vão ser destinados à saúde, educação e segurança”.
Inexperiência
PublicidadeQuestionado sobre sua inexperiência em administração pública, o pastor disse que está preparado. “Aprendi a trabalhar em equipe. Fui servente de pedreiro. Então, quando preciso pintar uma parede, chamo um pintor que entende. Acredito que líder tem de saber o que o Brasil está precisando e trazer os melhores quadros. Acredito que é possível governar com os melhores quadros técnicos deste país, independentemente do partido político”.
Everaldo afirmou que, se eleito, vai implantar meritocracia no setor público. “Venci na vida com mérito. Não dependi do Estado para vencer na vida”.
Questionado sobre por que mudou recentemente de opinião em relação ao governo de Dilma Rousseff, o pastor disse que “o Estado se agigantou de tal maneira, contrariando os princípios do empreendedorismo e da iniciativa privada”.
O pastor da Assembleia de Deus concluiu a entrevista declarando novamente ser contra casamento gay, aborto e legalização das drogas. Na última pesquisa do instituto Datafolha divulgada na última segunda-feira, ele aparece com 3% das intenções de voto. Em enquete relâmpago feita pela página do Congresso em Foco no Twitter, o desempenho de Everaldo recebeu nota média 4 (de zero a dez).
Veja a íntegra, em vídeo, da entrevista do Pastor Everaldo ao Jornal Nacional
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