Depois das negociações em vão em torno da reforma da Previdência, o Congresso volta a ser comparado a um balcão de negócios. Agora, em vez de cargos e liberação de emendas em troca de voto, a negociação se dá entre liberação de dinheiro para campanha eleitoral e mudança de partido. Com abertura prevista para 7 de março, a janela do troca-troca partidário movimenta os bastidores do Congresso à luz do dia, mostra O Estado de S.Paulo. Eles terão 30 dias para mudar de legenda sem o risco de perder o mandato.
A principal moeda de troca usada pelos partidos tem sido o dinheiro público que bancará as campanhas. Além do fundo eleitoral, estimado em R$ 1,7 bilhão, mais R$ 888 milhões do Fundo Partidário poderão ser distribuídos aos candidatos. A eleição deste ano é vista como uma novidade pelos parlamentares, que terão de pedir votos sem os recursos do financiamento empresarial.
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Segundo o Estadão, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) tem carregado planilhas que mostram quanto cada legenda terá de recursos para “desmistificar” promessas feitas por dirigentes de outras legendas. “Tem partido falando que vai dar R$ 2 milhões para cada deputado, mas não tem condições. Mostro logo a tabela para desmentir o cara”, afirmou Paulinho.
Parlamentares relatam que legendas do Centrão como PP, PR e PTB estão oferecendo aos deputados que toparem mudar de sigla o valor máximo que poderá ser gasto numa campanha para a Câmara este ano: R$ 2,5 milhões. O MDB divulgou seus valores: vai repassar, para cada deputado com mandato, R$ 1,5 milhão para a campanha. Os senadores que disputarem a reeleição terão R$ 2 milhões.
Segundo o Estadão, nas negociações, partidos que vão lançar candidato à Presidência, como PT e PSDB, saem em desvantagem, porque terão de reservar uma parcela dos recursos para a disputa ao Palácio do Planalto.