Os líderes do DEM, Mendonça Filho (PE), do PPS, Rubens Bueno (PR), e da Minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE), disseram, em entrevista coletiva, que, após reunião e consulta às bancadas, voltaram a pedir o afastamento do presidente do Câmara, Eduardo Cunha. “Todos nós reconhecemos as gravíssimas acusações que pairam sobre o presidente da Casa e todos nós defendemos o afastamento do presidente”, disse Araújo. “Vamos acompanhar de perto o desenrolar desses acontecimentos na Comissão de Ética.”
Segundo os líderes, a oposição defende que o processo contra Cunha no Conselho de Ética tramite o mais rápido possível, uma vez que Cunha disse que não pretende renunciar à presidência. “Só há dois caminhos, a renúncia, que é uma decisão pessoal, ou por meio da tramitação do Conselho de Ética, que é onde as provas contra ele devem ser apresentadas, e nós vamos defender a celeridade do processo”, disse o líder do DEM, Mendonça Filho.
Ao ser questionado a respeito do apoio do também oposicionista Solidariedade a Eduardo Cunha, Mendonça Filho disse respeitar a posição do presidente nacional do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP).
O Psol, que também faz oposição ao governo, “mas de esquerda”, criticou a postura dos oposicionistas. Mais cedo, o líder do Psol, Chico Alencar (RJ), acusou a oposição de “jogar para fora”. “A nota que cinco partidos assinaram no dia 10 de outubro foi uma nota para o mundo, para fora e que não tem existência aqui dentro da Câmara. Isso é péssimo para o parlamento brasileiro”, disse.
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Alencar cobrou um posicionamento mais firme da oposição, com discursos no Plenário, sobre a saída de Cunha. “As pessoas sabem que as acusações são graves”, argumentou. Segundo o deputado, a oposição e o governo estão fazendo um “blindagem envergonhada” de Cunha em razão da disputa política envolvendo um eventual pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Se você aperta o pino do processo de impeachment nós o protegemos aqui, se não, nós o protegemos acolá”, criticou.
O líder do DEM, negou que a oposição esteja tentando blindar Eduardo Cunha. “A gente não está condicionando a questão da tramitação do processo de impeachment à posição sobre o presidente Eduardo Cunha”, pontuou. Mas afirmou que a postura é de também não condenar antes do tempo. “Ao mesmo tempo, insistimos que o Conselho de Ética proceda com as investigações o mais rápido possível”, disse.
Mendonça Filho disse que poderia ir a Plenário cobrar a renúncia de Cunha, mas argumentou que a posição contra o presidente da Câmara é pública. “Para o Brasil e para o presidente Eduardo Cunha”.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que pedir a renúncia de Cunha não é uma questão de governo. “O diálogo do governo com o presidente da Casa é no sentido de fluir a pauta, votar as matérias, discutir a agenda econômica do país. Sobre as questões internas são as lideranças partidárias que devem se manifestar”, disse. “Eu não posso me manifestar e nem é o caso. Eu, pelo governo, estou preocupado com a agenda, com a matérias, essa questão diz respeito às bancadas partidárias.”