O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) terá uma chapa presidencial “negra e nordestina” na disputa eleitoral de outubro próximo. Como informa a assessoria de imprensa da legenda, está lançada a pré-candidatura da operária sapateira Vera Lúcia para a Presidência da República. Mulher negra, “Vera é uma reconhecida ativista sindical e política de Sergipe”, diz o comunicado do partido, e figura “em primeiro lugar em pesquisa espontânea para o governo do estado”.
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Aos 50 anos, informa o PSTU, Vera é natural do sertão pernambucano e migrou, para fugir da inclemente seca nordestina, com parte da família para a periferia de Aracaju, a capital sergipana. “Começou a trabalhar como costureira na produção de sapatos aos 19 anos, iniciando aí sua militância sindical. Foi expulsa do PT em 1992 por defender o “Fora Collor” junto com a corrente que daria origem ao PSTU dois anos depois”, acrescenta o comunicado.
O indicado do partido como pré-candidato à Vice-Presidência da República é Hertz Dias, professor da rede pública. Aos 47 anos, natural da região metropolitana de São Luís do Maranhão, Hertz é militante do movimento negro, especialmente no universo hip hop, estilo cultural que reúne música, dança, grafites e outros elementos e teve origem nos guetos norte-americanos.
O PSTU informa ainda que Hertz é um dos fundadores do Movimento Hip Hop Militante Quilombo Brasil, grupo que tem diversas ramificações Brasil afora. Além disso, é vocalista do grupo Gíria Vermelha, que tem como marca registrada canções de protesto “repletas de críticas sociais”.
Por ocasião do anúncio da chapa puro sangue negra, o partido lança também o manifesto “Um chamado à rebelião! Um projeto socialista contra a crise capitalista”. Segundo a legenda, o propósito central do manifesto é “discutir com o ativismo, nas fábricas, escolas e periferias, a construção de um programa socialista nas eleições de 2018”. Com o documento, o PSTU se apresenta como contraponto à política hegemônica representada nas figuras do presidente Michel Temer (MDB), do ministro Henrique Meirelles (Fazenda, filiado ao PSD) e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DE-RJ), os três vistos como potenciais candidatos ao Palácio do Planalto como nomes do centro no espectro ideológico-partidário.
“Está se desenhando hoje uma candidatura do governo. Henrique Meirelles, Rodrigo Maia ou o próprio Temer. De outro lado, tem o PT com Lula ou outro indicado por ele, que representam mais da mesma política que nos trouxe desemprego e ataques aos direitos que vivemos hoje. Já candidaturas como a do Psol, com Guilherme Boulos, não se propõem a ir além do capitalismo. Por isso, estamos apresentando uma proposta nitidamente socialista, que mostre que só os trabalhadores e o povo pobre organizado podem dar uma saída para essa crise”, afirma o presidente nacional do PSTU, José Maria de Almeida, ex-candidato à Presidência da República nas últimas eleições.
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