Os deputados e senadores fizeram 9.361 emendas para o orçamento de 2009. O total apresentado pelos parlamentares é de R$ 66,5 bilhões, segundo levantamento da ONG Contas Abertas. As bancadas estaduais, segundo a ONG, foram as responsáveis pela maior quantidade de verbas pleiteadas, cerca de R$ 30,4 bilhões, divididas em 483 emendas.
Já as comissões da Câmara e do Senado apresentaram R$ 30,2 bilhões por meio de 146 emendas, enquanto os parlamentares um total de R$ 5,9 bilhões com mais de 8,7 mil emendas. O prazo para apresentação das emendas terminou ainda no último dia 14. Cada parlamentar podia criar até 25 emendas no valor máximo R$ 10 milhões.
O Ministério do Turismo é a pasta da esplanada com o maior volume de pedidos por meio de emendas apresentadas. Foram R$ 8,2 bilhões destinadas à pasta, divididos em pouco mais de 1,2 mil emendas.
No ano passado, o Congresso em Foco revelou (leia mais) que para conseguir os R$ 6,6 bilhões em pedidos dos parlamentares do governo e da oposição, o Ministério do Turismo convenceu deputados e senadores a ignorarem as novas regras para a tramitação da proposta orçamentária, aprovadas ainda no final de 2006.
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Os "alvos" dos assessores da então ministra Marta Suplicy foram os presidentes de comissões temáticas da Câmara e do Senado, que não têm atuação direta na área turística. A Resolução nº 1 de 2006, de autoria do deputado Ricardo Barros (PP-PR), restringiu os ministérios para os quais as comissões permanentes do Congresso poderiam propor emendas. Mas a regra não resistiu às promessas de empenho (pagamento das emendas) e destino eleitoral do programa da pasta, batizado de Turismo Social no Brasil.
Em segundo lugar no ranking deste ano, de acordo com o levantamento, está o Ministério das Cidades, com R$ 7,4 bilhões em pedidos. Deste total, R$ 6 bilhões foram elaborados por bancadas estaduais. O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) ficou em terceiro lugar com um total de R$ 5,4 bilhões divididos em 98 emendas. (Lúcio Lambranho)