O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou hoje (27) que o seu partido não está satisfeito com o Planalto. Sem fazer referências específicas, o senador alagoano também negou que sua situação no Conselho de Ética esteja relacionada à decisão da base peemedebista do Senado de se aliar à oposição e acabar com a Secretara de Ações de Longo Prazo (Sealopra). Renan responde a três processos por quebra de decoro parlamentar no colegiado.
Ontem, o PMDB foi fundamental para acabar com a secretaria comandada pelo professor Roberto Mangabeira Unger. (leia mais) De acordo com Renan, o partido procura dar um recado ao governo. “O PMDB quis, com aquela votação, dar uma demonstração de insatisfação não sei de quê", afirmou.
“Os que votaram daquela maneira, pelo que se concebe da política, quiseram dar balizamento em relação a alguma questão", afirmou o peemedebista.
De acordo com o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o fim da secretaria é um “retrocesso”. O petista voltou a pedir a saída de Renan Calheiros da presidência do Senado e avalia que os peemedebistas não ficaram satisfeitos com o acordo fechado ontem, entre oposição e governo, para votar a pauta ética – votações abertas e afastamento automático de senadores processados – em troca da desobstrução em plenário.
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Ontem, o Senado aprovou o fim das sessões secretas para casos de cassação de mandatos de parlamentares, como aconteceu com Renan, absolvido da acusação de quebrar a ética e o decoro. No entanto, ficam mantidas as sessões secretas para as declarações de guerra e acordos de paz. (leia mais) (Rodolfo Torres)